INVESTIGAÇÃO

Delegado preso por plantar maconha entra com pedido de liberdade

Marcelo Marinho de Noronha, a mulher e os dois filhos seguem detidos preventivamente desde sexta-feira. O suspeito espera que o Tribunal de Justiça do DF analise pedido de habeas corpus, após acusação de produção e tráfico de droga

O delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Marcelo Marinho de Noronha, 54 anos, segue preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória II (CDP-II), no Complexo Penitenciário da Papuda, por produção e tráfico de droga. Ele, a mulher, Teresa Cristina Cavalcante Lopes, 39, e os dois filhos — Marcos Rubenich Marinho de Noronha, 20, e Ana Flávia Rubenich Marinho de Noronha, 25 — aguardam, detidos, que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) analise um pedido de habeas corpus apresentado pelo advogado do suspeito.

Até a noite de ontem, Marcelo e o filho encontravam-se na Papuda, enquanto Teresa Cristina e a filha estavam na Penitenciária Feminina do Distrito Federal. Todos são investigados pelos mesmos crimes. O advogado do delegado, Cleber Lopes de Oliveira, considerou a prisão precipitada. “Não tem nenhum elemento que prove a participação do Marcelo na prática de tráfico”, ressaltou. Segundo o defensor, a plantação de maconha encontrada na chácara da família, em São Sebastião, seria para uso terapêutico.

A prisão em flagrante ocorreu na sexta-feira, após uma série de diligências coordenadas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, investigadores prenderam a família, após encontrarem 24 plantas da espécie Cannabis sativa e 105 mudas da mesma variação em uma chácara no nome de Teresa Cristina. O processo tramita sob sigilo na Justiça. Após a prisão, o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido, pediu exoneração de Marcelo Marinho de Noronha. No entanto, até a noite de ontem, não havia detalhes sobre a demissão do delegado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

O delegado Marcelo integrava, desde maio, a Comissão Permanente de Disciplina, da Direção-Geral da PCDF. Ele também atuou como diretor da Penitenciária do Distrito Federal II, da Subsecretaria do Sistema Penitenciário e passou pela chefia da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) e da 16ª DP (Planaltina).

Investigadores começaram a monitorar a família a partir de uma denúncia. O relatório da audiência de custódia, realizada no sábado, revelou que um jardineiro recebia R$ 700 por semana, para cuidar da plantação, na chácara em São Sebastião. Em virtude da gravidade dos fatos, houve conversão da prisão em flagrante dos quatro suspeitos para preventiva. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) se manifestou favoravelmente pela decisão.

Material cedido ao Correio - Em chácara da família, policiais encontraram 24 plantas grandes e 105 mudas de cannabis sativa
Material cedido ao Correio - Maconha