Violência

Trabalhadores protestam por justiça após morte de motorista de aplicativo

Geraldo Íris Gontijo foi assassinado a tiros depois de atender uma corrida pelo aplicativo, em Santa Maria, com destino a Valparaíso 2

Darcianne Diogo
postado em 13/01/2021 16:06 / atualizado em 13/01/2021 16:13
Protesto reuniu 100 motoristas em Santa Maria -  (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
Protesto reuniu 100 motoristas em Santa Maria - (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

Com faixas, camisetas pretas e slogans com frases de paz e justiça, cerca de 100 motoristas de transporte por aplicativo se reuniram, no começo da tarde desta quarta-feira (13/1), em ato de protesto para pedir justiça pela morte de Geraldo Íris Gontijo, de 51 anos, assassinado a tiros depois de atender uma corrida pela 99 Pop, no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria.

Os trabalhadores da categoria se concentraram no estacionamento do Bezerrão, no Gama, e seguiram pela Avenida dos Pioneiros. O manifesto tinha como destino final o Cemitério do Gama, local onde Geraldo será sepultado. O enterro estava previsto para as 15h desta quarta-feira, mas foi adiado por falta de vagas e será às 11h desta quinta-feira (12/1).

Pelas vias da cidade, os motoristas buzinavam e clamavam por paz e segurança. "Pedimos Justiça. Mais uma vítima. Queremos mais paz", escreveram os trabalhadores nos carros. Ao Correio, um dos organizadores do movimento, Manoel Scooby, 43, elencou algumas medidas que poderiam diminuir crimes desse tipo. "As empresas de aplicativo parece que não se importam. A nossa luta é por uma central de monitoramento, reconhecimento facial do passageiro e botão do pânico. É o mínimo que podem fazer por nós", questionou.

No trio elétrico, o genro de Giraldo prestou homenagem ao sogro. "Não tenho como descrever o tamanho da dor. Só peço a Deus que proteja vocês, que saem para buscar seu sustento. É difícil, mas vamos lutar dia após dia", disse, emocionada. O ato terminou em lágrimas, oração de Pai Nosso e palmas a Geraldo.

Investigação
Os familiares contam que Geraldo atendeu uma corrida no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria, com destino a Valparaiso 2, no Entorno do DF. Não se sabe, no entanto, quantos criminosos entraram no carro. Após anunciar o assalto, os suspeitos atiraram na nuca do motorista e o colocaram no porta-malas do carro.

A polícia colhe informações para descobrir se Geraldo foi assassinado ainda no DF ou em Valparaíso (GO), o que definirá se o caso ficará a cargo da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) ou da delegacia do município goiano. Como consta na ocorrência, com Geraldo no carro, os criminosos dirigiram até Valparaíso 2, à procura de um rival, identificado como Dyego de França, 31. Após localizarem o rapaz, os suspeitos o colocaram à força no carro e o levaram até a Quadra 37, Anhanguera B. Lá, o balearam diversas vezes, fugindo em seguida.

Horas depois, três pessoas passaram pelo local e avistaram o carro abandonado. Ao aproximarem-se do veículo, o trio constatou que havia um homem sangrando no banco interior do automóvel. Sem ainda saber que o corpo do motorista de app estava no porta-malas, as testemunhas levaram o rapaz, com o carro de Geraldo Gontijo, até o Centro de Atendimento Integrado à Saúde (Cais) de Valparaíso, mas, segundo relataram à polícia, não havia cirurgiões disponíveis e, por isso, seguiram até o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O estado de saúde do rapaz não foi divulgado.

Posicionamento
Procurada pelo Correio, a 99 lamentou a morte de Geraldo e diz apurar o caso para saber se o crime ocorreu durante corrida pelo aplicativo. “Nos solidarizamos com a dor dos familiares e estamos buscando contato com eles para oferecer o suporte necessário. A plataforma se coloca à disposição da polícia para compartilhar informações que possam ajudar a esclarecer os fatos e a punir os responsáveis”, garantiu a empresa.

Questionada pela reportagem sobre as medidas adotadas para combater crimes desse tipo, a 99 afirmou que investe “continuamente em segurança antes, durante e depois das corridas”. Esclareceu, ainda, que, como formas de prevenção antes das chamadas, “a companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente, além de exigir que todos os passageiros incluam CPF ou cartão de crédito”.

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    Motoristas de aplicativos protestam contra violência à categoria Foto: Ed Alves/CB/DA Press
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    Motoristas de aplicativos protestam contra violência à categoria Foto: Ed Alves/CB/DA Press
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    Motoristas de aplicativos protestam contra violência à categoria Foto: Ed Alves/CB/DA Press
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