SISTEMA PRISIONAL

MP cobra fiscalização de comida em presídios após denúncias de irregularidades

Documento do Ministério Público do DF detalha problemas como presença de larvas, lesmas e carne crua em refeições, além de marmitas com aparência estragada. Secretaria de Administração Penitenciária tem cinco dias para enviar posicionamento

Darcianne Diogo
postado em 18/01/2021 23:13 / atualizado em 18/01/2021 23:21
Documento de 12 páginas apresenta situação descrita por parentes de presos e policiais penais -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press           )
Documento de 12 páginas apresenta situação descrita por parentes de presos e policiais penais - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press )

Após recebimento de denúncias sobre a distribuição de refeições estragadas a detentos de presídios do Distrito Federal, o Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público do DF e Territórios (Nupri/MPDFT) recomendou à Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF) a adoção de medidas para fiscalização dos alimentos entregues nas unidades prisionais. O órgão tem cinco dias para enviar uma resposta.

O documento de 12 páginas detalha a situação denunciada por parentes de presos e policiais penais que trabalham no sistema prisional. Segundo o MPDFT, inspeções regulares promovidas por integrantes do Ministério Público revelaram irregularidades relacionadas à higiene e ao manuseio dos alimentos.

Em algumas das vistorias, as autoridades flagraram a entrega de marmitas do jantar e do lanche noturno por volta das 15h, em "horário incompatível com o praticado pela comunidade em geral e com os estipulados nos contratos administrativos".

Policiais penais também constataram irregularidades. Segundo o documento do Ministério Público, alguns alimentos apresentaram larvas, lesmas, pouca proteína na marmita, carne crua, embalagens inapropriadas, moscas e aparência estragada ou mau cheiro.

Em um grupo de WhatsApp formado por familiares de internos, há denúncias: "Peço que todos reclamem dessa empresa, que oferece comida horrorosa para eles (presos). Vamos lutar até o fim", diz uma integrante. Em outro comentário, uma segunda pessoa comenta: "Meu marido disse que está passando fome, porque a comida está azeda".

Recomendações

A Seape-DF tem cinco dias para enviar uma resposta ao MPDFT, detalhando as medidas adotadas. O Ministério Público também recomendou que a pasta produza relatórios de fiscalização da Comissão Executora, bem como eventuais notificações, e os envie mensalmente.

Às empresas responsáveis pelo fornecimento de refeições aos presídios, o MP recomendou a definição de "medidas concretas", para sanar todas as irregularidades contratuais mencionadas no documento e em relatórios técnicos. A reportagem questionou a Seape-DF sobre as irregularidades e aguarda retorno.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação