Pandemia

Aeroporto de Brasília tem, em 2020, menor movimentação em 15 anos

Em 2020, Aeroporto de Brasília registra menor movimentação em 15 anos devido à redução de voos e viagens por causa da pandemia

Pedro Marra
postado em 21/01/2021 00:00 / atualizado em 21/01/2021 19:15
Voos suspenso e fronteiras fechadas contribuíram para a diminuição do movimento -  (crédito: Foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Voos suspenso e fronteiras fechadas contribuíram para a diminuição do movimento - (crédito: Foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

O Aeroporto Internacional de Brasília fechou o ano de 2020 com movimentação similar a de 15 anos atrás, com 8 milhões de passageiros e 80 mil pousos e decolagens. Este número representa um fluxo de aeronaves 45% inferior a 2019, o menor número já registrado desde que a Inframerica assumiu a concessão do terminal aéreo, em 2012.

Com o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus no setor aéreo mundial, medidas de isolamento social e o fechamento de fronteiras, a paralisação da aviação também afetou o aeroporto da capital federal, o 3º mais movimentado do país.

O movimento registrado em 2019 no terminal brasiliense foi de quase 17 milhões de passageiros e 144 mil pousos e decolagens. Lembrando que em 2019, a paralisação das operações da Avianca impactou os dados do ano, já que o Aeroporto de Brasília era um dos principais pontos de fluxo da empresa aérea, com uma média de 30 voos diários.

"Tenho mais de 40 anos de experiência no setor aéreo e esta foi a pior crise para o setor. Guerra do Golfo, 11 de setembro, crise de 2008, nenhuma teve um impacto tão devastador na indústria. O impacto foi sentido em todos os aeroportos, companhias aéreas e no setor de turismo de todo o mundo. Sentimos o impacto antes de vários setores e a recuperação deve ser mais lenta também”, conta Roberto Luiz, head de Negócios Aéreos da Inframerica.

Entretanto, está havendo uma retomada das operações e o Aeroporto de Brasília vem crescendo mês a mês. “Em dezembro tivemos a 8º alta consecutiva de voos e de passageiros, e chegamos a atingir 1 milhão de usuários. Número este que antes da pandemia era a movimentação regular do aeroporto fora da alta temporada”, conta Roberto.

O mês de abril 2020 foi o pior resultado do aeroporto local. Foi o período que a redução da demanda por voos se agravou e o movimento registrado foi de apenas 45.577 usuários. A queda na movimentação de pessoas no mês chegou a 96,5%, quando comparado com o mesmo período de 2019. Este número chegou a ser a menor marca dos últimos 25 anos de estatísticas do terminal aéreo.

O impacto na movimentação internacional também foi grande. No dia 25 de março foram suspensos todos os voos internacionais diretos da capital federal para os nove destinos que operam para o exterior. Em setembro, a TAP retomou os voos para Lisboa com uma frequência menor. Já em novembro, a Copa Airlines voltou a operar com dois voos semanais para o Panamá.

“Nós estamos otimistas quanto à retomada em 2021. Claro que esta recuperação estará ligada diretamente a vacinação da população e a abertura das fronteiras de alguns países, mas aos poucos vamos enxergando uma luz no fim do túnel. Nosso papel é deixar tranquila a passagem pelo nosso aeroporto daquele passageiro que precisa viajar. Estamos investindo em tecnologia para melhorar a experiência do nosso usuário”, comenta o executivo.

Mudanças da Inframerica

Para que os passageiros do Aeroporto de Brasília possam viajar com tranquilidade, a Inframerica, administradora do terminal, adotou diversas medidas. Ao chegar no aeroporto, o passageiro se depara com dispensers de álcool gel por todo o terminal. São mais de 100 pontos para higienização das mãos presentes em todo o trajeto até o portão de embarque. O chão das filas de check-in, raio-x e portões de embarque estão adesivados com demarcações de distanciamento. Além disso, os balcões possuem barreiras de acrílicos instaladas para proteger passageiros e funcionários.

Tanto no embarque quanto no desembarque, uma câmera termográfica mede a temperatura dos passageiros. Um bombeiro civil de aeródromo (pista para aterrissagem e decolagem de aeronaves) permanece no local orientando eventuais usuários que estejam com a temperatura elevada. As câmeras também alertam para o uso de máscara, obrigatório em todo o terminal aéreo. A limpeza também foi reforçada. Na entrada dos banheiros, uma placa informa o horário da última higienização que acontece a cada uma hora e meia. A equipe da Globalização, responsável pela limpeza do aeroporto, também reforçou a reposição de sabonetes, limpeza de corrimãos e há equipes dedicadas somente para a higienização dos ônibus de passageiros. Antes e depois de cada viagem os veículos são totalmente desinfetados.

Mesas, cadeiras e longarinas foram isoladas para garantir o distanciamento social. A concessionária vem tomando diversas medidas para que o passageiro possa viajar tranquilo. Investiu em tecnologia, em limpeza e modificou toda a sinalização do terminal, porém é importante que o passageiro também faça a sua parte. A Inframerica reforça o pedido para que todos colaborem com as novas regras, utilizem a máscara de forma correta, cobrindo nariz e a boca e evitem formar filas. Todas as regras são informadas por avisos sonoros e em monitores espalhados por toda a sala de embarque.

Por conta de todas essas ações, a Inframerica foi reconhecida internacionalmente por todo o seu esforço sanitário no combate a covid-19 no terminal aéreo. O Conselho Internacional de Aeroportos (ACI - Airports Council International, em inglês) credenciou o aeroporto brasiliense com a certificação de boas práticas em medidas sanitárias (Airport Health Accreditation - AHA, na tradução).

A certificação comprova que a administradora implementou nos últimos meses os procedimentos sanitários necessários para atendimento do bem-estar de passageiros e funcionários. O programa reconhece também o trabalho feito pela concessionária na implementação de ações para restaurar a confiança nas viagens aéreas.

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