TEMPO

Fevereiro de 2021 está entre os mais chuvosos da história do DF

A última vez que o DF registrou tanta chuva no mês foi em 2004. Região rural do Lago Norte teve alagamentos novamente nesta sexta-feira (19/2)

Pedro Marra
postado em 19/02/2021 20:48 / atualizado em 22/02/2021 15:24
 (crédito: Arquivo pessoal)
(crédito: Arquivo pessoal)

As chuvas registradas em fevereiro de 2021 começam a bater recordes. Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Andrea Ramos, de 1º de fevereiro até esta sexta-feira (19/2), o estação do Plano Piloto, localizada no Sudoeste, foi a que registrou o maior volume de chuva no período: 399,2mm. “A climatologia esperada para o mês é de 183mm. No Paranoá, estamos com 374mm hoje. Em Brazlândia, 355,8mm. No Gama, estamos com 278,2mm até o momento. Mas ainda faltam pelo menos 10 dias para termos o acumulado total do mês”, afirma a especialista.

O Banco de Dados Meteorológicos do Inmet coleta informações diárias desde 1961. Andrea traça uma cronologia dos meses de fevereiro dos últimos anos que registraram volumes de chuva mais altos. “Em 1980, foi o maior número, com 460,4mm no mesmo mês, em Brasília. O segundo maior registro é de um acumulado de 450,7mm, em fevereiro de 1968. O terceiro maior é de 2004, quando choveu 422,3mm naquele mês do ano. De lá para cá, não houve um acumulado tão grande como este”, assegura a meteorologista.

“Está atuando uma onda de convergência no Atlântico Sul, que proporciona esse tempo nublado com chuvas, trovoadas e rajadas de vento. Então, com esses valores que temos hoje, provavelmente, fevereiro deste ano ficará entre os quatro ou cinco maiores volumes de chuvas registrados em nossa estação”, finaliza Andrea.

Alagamento

Pelo segundo dia seguido, a forte chuva provocou alagamento em uma chácara do Núcleo Rural Capoeira do Bálsamo, no Lago Norte. A enxurrada desta sexta-feira (19/2) entrou na cozinha de Piedade Bálsamo, 60 anos, moradora da região, por volta das 16h.

Segundo a produtora rural, a água só não entrou em toda a casa porque ela colocou uma rampa para impedir o fácil acesso da chuva, que, mesmo assim, deixou prejuízo na residência. “Na minha área tem outra cozinha com geladeira, fogão,mesas e cadeiras, onde a gente faz as refeições. Ali alagou tudo. Acho que minha geladeira já era”, diz Piedade, que mora há 30 anos no Núcleo.


A situação foi parecida nessa quinta-feira (18/2), quando a forte chuva novamente alagou as chácaras do Núcleo Rural Capoeira do Bálsamo. À reportagem, Piedade contou que a água começou a cair por volta das 17h30, e entrou por toda a varanda da casa.

“A nossa estrada está toda cheia de buracos. A gente pede apoio para a Administração do Lago Norte e do Paranoá. Eles vêm, tapam os buracos da nossa estrada e vão embora. Sempre quando chove, não tem condições de passar carro na estrada. A água vem com uma velocidade imensa das chácaras de cima e desce para as nossas casas aqui embaixo”, disse.

Piedade diz que, por conta das fortes chuvas, teve de mudar a porta de entrada da casa de lugar, saindo da parte da frente para os lados. “Agora, a água transborda na rua e entra na casa da gente, aí fica essa situação. Todas as vezes que vem essa chuva forte é assim. Eu e meu marido plantamos milho, e essa enxurrada estragou o nosso milho. A gente planta as coisas e a enxurrada leva tudo. A gente é um casal de idosos, temos galinha, e a água desce para onde estão as aves também”, descreve.

A reportagem entrou em contato com a Administração Regional do Lago Norte, responsável pela região, e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

 

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