Após as primeiras 24 horas de medidas restritivas no Distrito Federal, determinadas pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) no sábado (27/2) como tentativa de frear o avanço da pandemia de covid-19 no DF, os hotéis da capital federal perderam mais de R$ 1,198 milhão em receitas.
O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF) e considerou dados de 24 empreendimentos. O valor levou em conta o número de cancelamentos em reservas de hospedagens (R$ 826,5 mil) e eventos (R$ 371,6 mil).
Apesar de o setor hoteleiro ter ficado de fora da lista das atividades impedidas de operar, os reflexos da suspensão de atividades, segundo a ABIH, foram imediatos. Mesmo com a movimentação da Secretaria de Turismo pela manutenção das atividades hoteleiras, a associação alega que a operação dos hotéis requer prestação de outros serviços específicos, sobre os quais não há regulamentação clara no decreto de restrição, o que gera insegurança.
Para a ABIH-DF, os números são alarmantes, principalmente porque o setor enfrenta dificuldades por conta dos efeitos da pandemia desde o ano passado. Para a associação, a restrição veio em um momento em que eventos esportivos e corporativos voltavam a acontecer.
O grupo defende que, em vez de medidas drásticas de restrição, haja mais vacinas, fiscalização efetiva para punir quem desrespeitar as regras sanitárias, campanhas educativas e mais leitos em hospitais, ações consideradas mais efetivas a médio e longo prazo pela ABIH.
Falta de apoio
A associação afirma que o GDF não proveu apoio suficiente ao setor durante o período de pandemia, a fim de estimular a recuperação e reaver eventuais prejuízos, inclusive de pessoal. As medidas tomadas pelos estabelecimentos que conseguiram manter as portas abertas foram individuais — de acordo com a ABIH.
O grupo argumenta também que medidas propostas pelo setor para mitigar os impactos econômicos da crise — como a suspensão do IPTU e a isenção temporária da cobrança do ISS para 2021 — foram indeferidos pelo GDF. Para a associação, a posição do Buriti contrasta com a de países que elaboraram pacotes de ajuda ao setor hoteleiro e turístico.
Para além de empréstimos anunciados por bancos como socorro, vistos pela ABIH como "cilada", o grupo sugere medidas de redução de custos por parte do governo, para que o setor consiga ampliar a geração de receita.
Procurado pelo Correio, o GDF não havia respondido aos questionamentos até a conclusão desta reportagem. O espaço, portanto, segue aberto para manifestações.
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