Dois rodoviários do Distrito Federal morreram da covid-19, entre a quarta-feira (7/4) e esta quinta-feira (8/4). Uma das mortes aconteceu no mesmo dia em que a categoria fez uma carreata para pedir mais doses da vacina para que sejam imunizados. O ato foi feito exclusivamente para cobrar a agilidade do Ministério da Saúde na distribuição dos imunizantes, já que o governo do DF se comprometeu a colocar motoristas como prioridade na campanha.
O primeiro que veio a óbito foi Marcondes José dos Santos, 54 anos. Ele trabalhava na empresa de transportes Piracicabana. O outro foi José Marinho de Souza, 61 anos, apelidado de Renatinho pelos colegas de trabalho. Ele atuava na Urbi Mobilidade Urbana. Os dois motoristas estavam internados há uma semana em decorrência do novo coronavírus.
De acordo com João Jesus de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, com mais esses dois óbitos a categoria soma 24 vidas perdidas. Para ele, a única saída para frear o novo coronavírus é a imunização dos rodoviários e da população em geral. “A gente está bastante preocupado. A única coisa que estamos fazendo é orientando os trabalhadores a manter o distanciamento, uso da máscara e a higienização das mãos. É a única solução que tem no momento”, disse.
João Jesus lamenta que a quantidade de vacinas tenha vindo cada vez menor ao DF. "Pelo visto a quantidade de vacina que chegou não vai ser o suficiente, vai chegar a 64 mil. Então, tem os idosos, a segunda etapa da saúde e a gente já fica preocupado com isso, porque a quantidade que está vindo é muito pequena”, lamenta. O vice-presidente entrou em contato com o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Valter Casimiro, para saber quais providências poderiam ser tomadas contra a covid-19. “Está incontrolável, ele está em contato com a Secretaria de Saúde”, alega.
Amizade
O motorista Vanilson Lima dos Santos, 38 anos, conhecia os dois rodoviários que faleceram pelo novo coronavírus, mas tinha mais proximidade com José Marinho ou Renatinho (apelido conhecido pelos colegas da empresa). “O Renatinho era muito gente boa, todos os colegas daqui gostavam muito dele e ele era muito animado e uma pessoa carismática”, lembra.
Vanilson conta que o colega de trabalho veio a óbito por volta de 4h50 desta quinta-feira (8/4) devido a doença. Sobre Marcondes, o servidor afirma que não tinha muito contato por ele ser de outra empresa, mas sempre pegava ônibus juntos para ir à Rodoviária do Plano Piloto. “A gente não tinha muito contato, mas quando nos víamos se cumprimentava”.
O rodoviário já foi diagnosticado com a doença na primeira onda de contaminação e disse que pede a proteção de Deus para não pegar a covid-19 dessa segunda onda. "Agora essa onda chegou mais forte, graças a Deus não pegamos ainda”.
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