Discriminação

CLDF pede retratação por machismo em formatura do Corpo de Bombeiros

Comissão de Direitos Humanos da Casa pede direito de resposta para as mulheres envolvidas. Corporação apura denúncia

Luana Patriolino
postado em 12/05/2021 20:25 / atualizado em 12/05/2021 20:31
 (crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press.)
(crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press.)

A Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) acionou o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) sobre a denúncia de que duas sargentas teriam sido expulsas de uma cerimônia de formatura por causa do tamanho da saia. Elas foram retiradas do auditório no qual ocorria a formatura do Curso de Altos Estudos para Praças, em 8 de abril.

O presidente da comissão, deputado Fábio Felix (Psol), destacou que a situação é muito grave. “É preciso que haja uma retratação pública das pessoas que fizeram essa prática de assédio e expulsão, inclusive, não permitindo que as trabalhadoras dessa instituição tivessem direito de resposta”, diz.

Na avaliação do distrital, o caso revela uma situação de machismo na corporação. “Muitas vezes, infelizmente, intuições utilizam seu regramento para reforçar práticas de machismo, sexismo e misoginia. É preciso que o poder legislativo e todas as instituições de defesa dos direitos humanos combatam esse tipo de prática”, afirmou.

‘Problema sério’

Após a revelação do caso, o presidente da Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar (ASSOFBM), coronel Eugênio César Nogueira, se manifestou sobre o assunto. Ao Correio, o representante afirmou que a entidade está ciente dos fatos. “Isso causou um problema sério. O nosso regulamento não determina o tamanho, ele determina apenas dois modelos de saia: uma média e outra longa. A saia média fica próxima ao joelho, mas não especifica em qual local deve ficar”, explicou.

O coronel citou o decreto Nº 32.784, de 2 de março de 2011, que regulamenta a padronização dos uniformes do Corpo de Bombeiros do DF. “Solicitamos informações para a corporação e eles emitiram uma nota dizendo que o comandante-geral já providenciou a imediata abertura de processo apuratório para verificar se houve algum desvio de conduta por parte do oficial e verificar se realmente não estava de acordo com o nosso regulamento de uniforme que é regido pelo decreto distrital”.

À época, o CBMDF informou, em nota, que "por determinação do comandante-geral da corporação, a denúncia foi encaminhada à Corregedoria/Controladoria, onde será realizada a abertura de procedimento apuratório para que os relatos presentes na denúncia sejam esclarecidos e elucidados, assim, podendo esta Instituição tomar as medidas cabíveis e pertinentes ao caso".

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