Economia

Vendas aumentaram até 25% no Dia das Mães, segundo a Fecomércio

Com ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos de rua, o faturamento no Dia das Mães superou a expectativa de crescimento em relação ao ano passado, que era de 15%, segundo a Fecomércio

Após a ampliação do horário do comércio de rua — determinada pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), na última sexta-feira — o setor observou crescimento maior do que o esperado nas vendas para o Dia das Mães. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido, estima que a flexibilização do funcionamento dos estabelecimentos tenha influenciado no faturamento da data comemorativa. “O comércio deve ter vendido algo em torno de 10% além da expectativa da campanha. Era esperado um aumento de 15%, e, pelos números, o crescimento foi de até 25% em relação ao ano passado”, avalia.

O bom resultado não ficou restrito à comparação com 2020. “Em relação a 2019, houve crescimento em torno de 3% a 4%. A ampliação do funcionamento teve muito impacto. A semana do Dia das Mães rende bem para o comércio, principalmente no sábado, pois o domingo é melhor para restaurantes e bares. Pelas pessoas do setor que consultamos, se estivesse com horário reduzido, as vendas não teriam sido tão significativas”, observa Edson de Castro, presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista).

Os shoppings também tiveram bom movimento. No Alameda Shopping, os resultados superaram as expectativas. A campanha de Dia das Mães encerrou a ação com gasto médio por cliente de R$ 325,02, valor 182% maior que o previsto pela Fecomércio, de R$ 114,96. O ParkShopping apostou na solidariedade para atrair clientes e está recebendo doações do público em uma urna de coleta no estabelecimento.

Impacto

Alguns comerciantes, no entanto, não começaram a sentir os efeitos da expansão do horário de funcionamento. Juliana Doumet, 44 anos, é dona do salão de beleza D’Jour, há três anos, na 114 Sul. Para ela, os clientes continuam receosos de frequentar os estabelecimentos. “Essa segunda onda está demorando a passar para nós. As pessoas estão com medo, apesar de o índice de contaminação estar em queda. Sentimos maior diminuição da clientela entre 40 e 60 anos, que é o nosso público-alvo. Começamos a abrir mais cedo, mas ainda não sentimos a reação. Na primeira onda, quando voltamos entre novembro e dezembro, começamos a crescer 10% por mês. Em janeiro e fevereiro, houve uma queda que ainda não estabilizamos”, compara Juliana.

A sócia-proprietária das lojas de calçados Couro Flex, em Taguatinga, e Amparatto Calçados, no Guará 1, Karoline Arruda, 30 anos, observa que o crescimento do faturamento não foi capaz de igualar o período antes da crise sanitária da covid-19. “A gente esperava que fosse melhor do que no ano passado, que teve perda de renda das pessoas. Em relação a antes da pandemia, nossas vendas reduziram 50%, mas, na comparação com 2020, houve aumento de cerca de 20%”, afirma.

Karoline avalia que nas lojas dela, o impacto do Dia das Mães foi pequeno. “Não vendemos tantos presentes, percebemos que as pessoas compraram para o dia a dia. Estamos com a expectativa de que o cenário melhore gradativamente, com mais pessoas vacinadas até o fim do ano. O público idoso, o nosso principal, está circulando nas ruas. O que mais vendemos são sapatos ortopédicos, que representam 70% da nossa carteira”, completa.

Segundo semestre

Segundo o presidente do Sindivarejista, os últimos seis meses do ano costumam ser mais lucrativos para o segmento. “Na época das festas juninas, as pessoas não consomem tanto nas lojas, mas os armarinhos vendem bem e os mercados também, por conta dos alimentos para as festas. Para o Dia dos Namorados e dos Pais, a tendência de crescimento é muito forte, justamente porque, no segundo semestre, o comércio terá, provavelmente, superado as dívidas”, adiante Edson de Castro.

O presidente da Fecomércio faz uma previsão semelhante. “Esperamos começar a usufruir das medidas de incentivo para o setor que o governo determinou na semana passada. O crescimento vai ser lento, mas, com essa segurança passada, muita gente está falando em investimento. Não existe clima para um novo lockdown, pois os números estão em baixa, então a expectativa dos empresários é de que a economia seja retomada, com os estabelecimentos funcionando e gerando empregos’, conclui José Aparecido.