Para dar continuidade às buscas por Lázaro Barbosa de Sousa, policiais que atuam na megaoperação recorrem a aparatos tecnológicos e técnicas tradicionais de investigação. Eles contam com uma central de monitoramento, equipes em campo e, no último fim de semana, Cristal, uma cadela da raça border collie, chegou à base da operação para atuar na caçada. Além do animal, que ajudou na procura por vítimas da tragédia em Brumadinho (MG), outros cães farejadores, drones e helicópteros são usados para encontrar pistas relacionadas ao fugitivo. Até a noite de ontem, porém, as estratégias não geraram resultados.
Questionado sobre os dias de operação sem sucesso, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Rocha Miranda, afirmou que há diversos obstáculos. “Na mata fechada, é difícil que ele seja visto por um helicóptero ou identificado por um drone. Gerenciamento de crise precisa de paciência. Nossa primeira intenção é não deixá-lo fazer mais vítimas e, depois, tirá-lo daqui. Ele tem mantido o padrão e, a cada dia, está mais desgastado e cometendo erros. É com esses erros que vamos pegá-lo”, declarou.
A polícia suspeita de que Lázaro tenha caminhado próximo ao curso de rios, principalmente para despistar cães farejadores. O tenente Milson Fernandes, do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), mencionou outros desafios, apesar do emprego de diferentes ferramentas: “Usamos esses equipamentos em incêndios na vegetação, operações aquáticas, assim como para buscas e salvamentos, mas quando a pessoa quer ser achada”.
Rodney afirmou que Lázaro é extremamente perigoso e que não vai se entregar. Além disso, lembrou que a tática de fuga é semelhante à adotada pelo suspeito em 2007. “Esse modus operandi dele se repetiu na Bahia, quando ficou 15 dias no meio do mato sem comida e sem água. Aqui (em Cocalzinho), ele ainda acessa algumas propriedades”, destacou. “Mas todos (das equipes estão) motivados e aguerridos. Tentei fazer substituição (de pessoal) para alguns descansarem, mas eles se recusam a ir embora até o Lázaro ser capturado”, completou o chefe da pasta.
Questionada sobre as táticas, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) informou que não passa outros detalhes sobre métodos de busca ou equipamentos usados, para evitar o comprometimento da força-tarefa.