Cidadania

Pessoas em situação de rua fazem fila por alimentação em Centro POP

Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua da 903 Sul ficou lotado durante essa segunda-feira (2/8)

Darcianne Diogo
postado em 03/08/2021 06:00
Unidades distribuem três refeições às pessoas em situação de rua -  (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Unidades distribuem três refeições às pessoas em situação de rua - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua da 903 Sul, mais conhecido como Centro POP, ficou lotado nessa segunda-feira (2/8). Desde o começo da pandemia causada pelo novo coronavírus, pessoas que vivem na rua se organizam em filas na área externa da unidade para buscar refeições — café da manhã, almoço e lanche da tarde.

Em Brasília, há dois centros POP: o da Asa Sul e o de Taguatinga, localizado na QNF 24. Por dia, são mais de 500 atendimentos nas duas unidades, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Os locais funcionam como uma unidade pública para acolhimento a pessoas em situação de rua, onde são oferecidas oficinas, atividades de convívio, resgate de benefício, cadastramento no Cadastro Único, entre outros.

Devido à crise sanitária, os centros passaram a funcionar diariamente, das 7h às 19h. Para evitar aglomerações, a recomendação é de que as pessoas se organizem em filas para receber a alimentação e tomar banho, que também é oferecido. O Correio esteve no local e viu como ocorre a entrega das refeições. Com uma caixa em mãos, um servidor da unidade fica dentro do centro e, pela grade, distribui pão, suco e frutas. Enquanto isso, dois guardas supervisionam a ação.

Do lado de fora, algumas pessoas em situação de rua preferem acampar na frente do local durante todo o dia, para ficar mais perto na hora de pegar os alimentos. À noite, elas saem e dormem em outros lugares. Suzi Zafenathe, 50 anos, vai ao Centro Pop da Asa Sul há cerca de dois anos, quando chegou de São Paulo (SP). Segundo ela, o modo de funcionamento melhorou com a pandemia. “Está tudo mais organizado. Quando entrávamos, tinha muita gente e muita confusão. Muitos moradores brigavam, era uma bagunça, porque os funcionários não conseguem controlar”, disse.

Outra mudança depois durante a crise da covid-19 foi o atendimento às pessoas em situação de rua. Além da distribuição de comidas e disponibilização de chuveiro para banho, o Centro POP possibilita a provisão de documentação, benefícios socioassistenciais e outros programas. Por dia, são entregues 30 senhas, sendo 20 pela manhã e 10 à tarde. A senha é para o beneficiário solicitar algum serviço que precise.

Abrigos

Diferentemente dos Centros Pops que funcionam somente durante o dia, a Sedes dispõe de mais 40 unidades de acolhimento, entre abrigos, alojamentos, casas de passagem e repúblicas. Em todas elas, são atendidas cerca de 1 mil pessoas, incluindo pais que têm filhos pequenos. Há unidades específicas para mulheres, famílias e idosos.

O acolhimento institucional é um serviço contínuo, em que o cidadão é atendido amplamente em todas as suas vulnerabilidades. A inserção nesse serviço se dá por encaminhamento dos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas) para a Central de Vagas.

O Seas atua com 28 equipes em escalas de plantão, diariamente, inclusive com equipes exclusivas para crianças, adolescentes e público LGBTQIA+.

 

 

 

 

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