Homicídio

Barbárie sem limite: jovem decapitado em Brazlândia levou 125 facadas, revela laudo

Por mais de 10 horas, Mateus dos Santos Sousa, de 19 anos, ficou sob o poder dos criminosos. Ele foi brutalmente assassinado em 12 de maio e teve o corpo jogado em um córrego. O Ministério Público do DF ofereceu denúncia contra os autores, que são pai e filhos

Darcianne Diogo
postado em 07/08/2021 19:15
Jovem foi decapitado em ponte antes de ser jogado em córrego -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Jovem foi decapitado em ponte antes de ser jogado em córrego - (crédito: Material cedido ao Correio)

As três pessoas de uma família que mataram e decapitaram um jovem, de 19 anos, em Brazlândia, desferiu, ao menos, 125 facadas contra Mateus dos Santos Sousa, apontou o laudo cadavérico. Gleidson Monteiro, 41, e os dois filhos, Glaydson Adriano, 21, e Gleidson Monteiro da Silva Júnior, 18, foram presos no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, pelos investigadores da 18ª Delegacia de Polícia. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra os acusados e requereu a conversão da prisão temporária em preventiva.

A vítima ficou sob o poder dos criminosos por cerca de 10 horas, como consta na denúncia do MPDFT, a qual o Correio teve acesso em primeira mão. Em 12 de maio, o pai e os dois filhos chegaram a um bar que fica em Brazlândia, por volta das 19h. O pai entrou no estabelecimento e começou uma discussão com a vítima. Em seguida, entraram os dois filhos, sendo um deles portando uma arma de fogo e o outro com uma faca.

Com medo, Mateus correu para a parte residencial do bar, mas foi perseguido e esfaqueado. Ferido, ele foi arrastado pelos criminosos e colocado no porta-malas de um carro, ainda com vida. Mesmo sendo arrastada, o jovem foi novamente esfaqueado. O dono do estabelecimento chegou a ser ameaçado pelo trio, que disse que, caso ele denunciasse, voltaria para “acertar as contas”.

Pai e filhos são acusados de homicídio e ocultação de cadáver
Pai e filhos são acusados de homicídio e ocultação de cadáver (foto: PCDF/Divulgação)

Após sequestrá-lo, os criminosos levaram Mateus até a Ponte Maranata, a 200 metros de Águas Lindas de Goiás (GO), onde decapitaram a cabeça e jogaram o corpo no Rio Descoberto. O cadáver do jovem só foi encontrado às 10h50 de 13 de maio, mas a cabeça ainda não foi localizada. Para o MPDFT, o homicídio foi cometido com uso de “meio cruel, uma vez que, segundo o laudo cadavérico, a vítima sofreu aproximadamente 125 lesões corporais especialmente na região torácica, além de ter sido arrastada e decapitada em vida, condutas que lhe causaram desnecessário sofrimento, revelando, por parte dos denunciados, brutalidade fora do comum, em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”.

Diante disso, o Ministério Público requereu a conversão da prisão temporária em preventiva, como “medida necessária para a garantia da ordem pública”. O MPDFT destacou, ainda, que há provas suficientes da autoria dos crimes, tendo em vista os documentos produzidos e as declarações das testemunhas e familiares da vítima, além da confissão dos criminosos.

Prisão e motivação

Gleidson Monteiro e os filhos, Glaydston Adriano e Gleidson Monteiro da Silva Júnior estavam foragidos desde a data do crime, mas foram capturados no município de São Raimundo Nonato, no Piau. Segundo o delegado à frente do caso, Mozeli da Silva, da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), a investigação sigilosa permitiu chegar até os criminosos, que estavam escondidos em uma casa alugada na região. "A residência onde eles estavam ficando é localizada em uma área extremamente perigosa, comandada por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC)", detalhou o delegado. Os três foram presos e encaminhados à 1ª Delegacia São Raimundo Nonato. Após serem ouvidos, eles serão encaminhados ao Distrito Federal, onde cumprirão pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em São Sebastião.

Investigações revelaram que o crime foi motivado por vingança. Aos 17 anos, Mateus teria discutido em um bar com Gleidson. Durante a briga, o homem deu um tapa no rosto do jovem, que revidou com disparos de arma de fogo.


Por cerca de dois anos, Gleidson ficou internado em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital. Ao receber alta médica, ele reuniu os filhos e decidiu vingar-se. No dia do crime, Mateus estava em um bar na região de Padre Lúcio (GO), quando foi esfaqueado e colocado dentro do porta-malas de um carro pelos criminosos. Pai e filhos levaram a vítima até uma ponte ainda com vida. Lá, o decapitaram, jogaram o corpo no córrego e furtaram o celular.

Lá, elas reconheceram Mateus por uma tatuagem no braço. “Foram expedidos os mandados de prisões dos autores, tendo sido realizadas diversas diligências para localizar os criminosos e a cabeça da vítima, entretanto, todas as diligências foram não exitosas”, detalhou o delegado à frente do caso, Mozeli da Silva.
O corpo de Mateus foi encontrado decapitado no córrego. Aos investigadores, os criminosos confessaram que decapitaram a cabeça da vítima como forma de "troféu" e jogaram o membro em outro córrego no Novo Gama (GO).

 

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação