CARESTIA

Transportes e energia puxam inflação em julho, e famílias sentem aumento

Núcleos familiares mais pobres perceberam 1,13% de alta nos preços no Distrito Federal, enquanto os mais ricos sentiram 0,94%

Ana Isabel Mansur
postado em 11/08/2021 06:00
 (crédito: Fré Sonneveld/ Unsplash)
(crédito: Fré Sonneveld/ Unsplash)

A inflação no Distrito Federal, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou julho com o maior registro para o mês desde 2002 — 0,9%. O acumulado em 12 meses no DF chega a 7,73%. Os valores são menores do que a alta de preços no Brasil de julho, de 0,96%, e dos últimos 12 meses, de 8,99%. Dos nove grupos analisados pelo índice — transportes; habitação; alimentação e bebidas; despesas pessoais; artigos de residência; vestuário; educação; comunicação; saúde e cuidados pessoais — sete tiveram alta de preços.

“Percebe-se que a inflação está se disseminando mais entre as cestas de produtos consumidos no DF. O índice de difusão, portanto, aumentou em relação ao mês anterior, passando de 49,8% para 58,7%, o que mostra que há um espalhamento da inflação no DF”, observou Jéssica Milker, gerente de Contas e Estudos Setoriais (Gecon) da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).

O foco inflacionário do mês ficou no grupo dos transportes, devido ao aumento de 2,71% da gasolina e de 26,3% nas passagens aéreas. O grupo da habitação também pesou na alta de preços de julho, principalmente por conta do crescimento de 6,68% no custo da energia elétrica. Graças ao grupo de saúde e cuidados pessoais, a inflação não ficou ainda maior no período: os planos de saúde tiveram queda de 1,22%. Outro segmento decrescente foi o de comunicação que, apesar de registrar menos 0,06% em julho, não influenciou no índice final.

Renda

A inflação no DF em julho foi percebida de maneira diferente entre as faixas de renda. As famílias mais pobres perceberam 1,13% de alta nos preços, enquanto as mais ricas sentiram 0,94%. “Os núcleos de alta renda gastam uma porcentagem maior do orçamento mensal com plano de saúde. Muitas vezes, os de baixa renda não têm acesso a convênios particulares, então o grupo de gastos com saúde não tem participação forte nos gastos. O único grupo com redução de preços no mês acabou favorecendo as faixas de renda mais altas”, explicou Jéssica Milker.

 

Inflação de alimentos no DF em julho

Legumes23,34%

Verduras 17,15%

Frutas 8,25%

Ovos e grãos 2,06%

Fonte:
Índice Ceasa do Distrito Federal

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