INFLAÇÃO

Em julho, preços no DF sobem 0,9% e têm maior alta para o mês desde 2002

Índices indicam crescimento na comparação com junho. Em 12 meses, o acúmulo amplo é de 7,73%; para as faixas de baixa renda, 8,79%. Gasolina, passagens aéreas e energia elétrica registram as maiores altas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, registrou alta de 0,9% no Distrito Federal em julho de 2021, na comparação com o mês anterior. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A alta do IPCA para o mês é a maior desde 2002.

Em junho, o IPCA do Distrito Federal foi o menor entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, com aumento de 0,17%. Agora, o número é apenas o oitavo menor do país.

A média nacional da taxa ficou em 0,96% no mês passado. No acumulado de 12 meses, a inflação da capital federal é a segunda menor, com alta de 7,73%. No Brasil, o IPCA dos últimos 12 meses cresceu 8,99%.

INPC

Já a inflação das famílias com rendimento entre um e cinco salários mínimos, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou em 1,07% no mesmo período. Em relação ao INPC, houve alta de 8,79% no DF em 12 meses e a média nacional cresceu 9,85%.

O IPCA é divulgado mensalmente e acompanha a variação dos preços de bens e serviços comprados pelo consumidor final para famílias com renda de até 40 salários mínimos. O índice é o indicador oficial da inflação no país e tem mostrado que a alta de preços está acelerando no DF.

Itens

No IPCA de julho do DF, a maior contribuição para o aumento de preços veio do grupo de transportes, com crescimento de 1,98% — principalmente por conta da alta de 2,71% da gasolina, refletida pela elevação da cotação do barril do petróleo e da desvalorização cambial.

O preço das passagens aéreas aumentou 26,3% no período, mas teve menos influência no índice final do que o custo da gasolina. O crescimento pode ser explicado pela procura por viagens que o mês de julho, de férias escolares, acarreta.

O grupo de habitação também contribuiu para a alta de preços no DF devido ao aumento de 6,68% na energia elétrica. A elevação se deu por conta do reajuste de R$ 3,25 no valor da bandeira tarifária vermelha de patamar 2, feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Renda

Apenas os grupos de saúde (-0,81%) e comunicação (-0,06%) tiveram redução de preços no IPCA em julho, mas o decréscimo na comunicação foi tão pequeno que não influenciou o índice final.

Essa estrutura inflacionária da capital federal ajuda a explicar o porquê de as famílias de baixa renda terem percebido um aumento de preços superior (+1,13%) àquele observado nos 25% mais ricos do DF (+0,94%). O preço dos planos de saúde, principal fator de deflação do grupo de saúde, participa menos do orçamento da faixa de renda baixa.