SAÚDE

Força-tarefa vai atender pacientes em espera por cirurgias eletivas no DF

Secretaria de Saúde estima que cerca de 40 mil pacientes aguardam cirurgia eletiva na capital federal. Devido a pandemia, esses procedimentos precisaram ser suspensos

Com o objetivo de reduzir a fila de espera por cirurgia eletiva no Distrito Federal, impactada pela suspensão dos procedimentos durante o período mais crítico da pandemia, a Secretaria de Saúde anunciou a criação de uma força-tarefa para atender os pacientes. Junto à medida, leitos das unidades de terapia intensiva (UTI) que estão sendo desmobilizados da área de covid-19 e convertidos para outras especialidades, a pasta também ampliou o atendimento para os fins de semana. 

A secretaria também criou o terceiro turno de cirurgias eletivas, com a concessão de 10 mil horas de Trabalho por Tempo Definido (TPD), autorizadas pela Secretaria de Economia. O recurso é utilizado pela Secretaria de Saúde para suprir eventuais déficits de servidores e garantir a assistência ao cidadão. O plano de operacionalização foi divulgado nesta segunda-feira (30/8), durante coletiva de impressa no Palácio do Buriti. 

“Estamos concentrando as pessoas com covid-19 nos hospitais de campanha, porque a intenção é que nossos hospitais retornem a fazer cirurgias, internações e consultas, voltando a um estado de normalidade para atender a população geral não covid”, ressaltou o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache.

De acordo com a secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, há cerca de 40 mil pacientes na fila aguardando por cirurgia eletiva na rede pública. Com a força-tarefa, a pasta está entrando em contato telefônico com essas pessoas para monitoramento de quando foi a última consulta, se mantém a indicação cirúrgica junto ao médico responsável pelo atendimento, além de identificar se a pessoa já realizou o procedimento em questão. 

Beviláqua pontua que essa ação iniciou na última semana, no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Na unidade, foram feitos 93 procedimentos cirúrgicos, sendo 47 eletivos. O que resultou na melhora no fluxo de pacientes e 20 leitos foram desocupados e liberados para novas internações.

Mutirão 

Segundo a Secretaria de Saúde, todas as salas de cirurgia do HRT estão operantes. Outras unidades também se organizaram ou estão se organizando para aumentar a produção cirúrgica, como o Hospital Regional de Samambaia (HRSam), que fez cirurgias por meio de mutirão no último fim de semana.

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) passa pelo mesmo processo. O objetivo é oferecer leitos de retaguarda para internação pós-cirúrgica e para atendimento de emergências. A unidade retomou a oferta de procedimentos eletivos e o atendimento no pronto-socorro de ginecologia e obstetrícia para pacientes não covid.

Com a remobilização de leitos, o Hran começou a encaminhar os pacientes com covid-19 para os hospitais de campanha. A medida resultará na liberação de 52 leitos no pronto-socorro e na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) para atendimento não covid. À medida que os pacientes forem sendo transferidos, a assistência para o perfil geral será ampliada.

O Hospital Regional de Santa Maria passará pelo mesmo processo. O atendimento no pronto-socorro permanecerá ocorrendo, dando assistência ao paciente que chega por demanda espontânea. Porém, havendo necessidade de internação, ele poderá ser encaminhado para um hospital de campanha.

A remobilização de leitos também ocorre em outros hospitais:

– Hospital Regional de Sobradinho (8 leitos remobilizados)
– Hospital Regional do Gama (20 leitos)
– Hospital Regional de Samambaia (2 UTIs remobilizadas, sendo a UTI 1 com 7 leitos e a UTI 2 com 10 leitos)
– Hospital Regional de Ceilândia (10 leitos)
– Hospital de Base (20 leitos)
– Hospital Regional da Asa Norte (20 leitos)
– Hospital da Criança (10 leitos)

A taxa de transmissão da covid-19 no DF está, atualmente, em 1.10, o que significa que cada 100 infectados pelo novo coronavírus contaminam outros 110. Dos casos de infecção pela covid-19 pela variante Delta, já foram registradas 181 confirmações e oito óbitos — sendo cinco confirmadas e três em investigação pela Secretaria de Saúde. Os números foram apresentados pelo subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valéro.

Nesta segunda-feira (30/8), a taxa de ocupação dos leitos de UTI estava em 55%, com apenas seis pacientes aguardando um leito com suporte especializado.

 

Nomeações

A rede pública de saúde vai ganhar, nos próximos dias, um reforço no quadro de pessoal. Foram nomeados 397 profissionais, sendo 104 médicos das especialidades de cirurgia do aparelho digestivo, cirurgião trauma, endoscopia e ortopedia; 80 farmacêuticos; 53 administradores; 35 fonoaudiólogos; 64 enfermeiros obstetras; 39 enfermeiros de família e comunidade, entre outros.

Nesta semana, haverá, ainda, a convocação de médicos de clínica médica aprovados no último processo seletivo simplificado emergencial.

A Secretaria de Saúde também lançou o edital para mudança de especialidade. Desta forma, médicos que desejam migrar para a especialidade de anestesiologia poderão manifestar interesse e fazer a conversão conforme os dispostos previstos no edital.