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Planejamento do governo para manifestações foi grande, diz secretário

Em entrevista ao CB Poder desta terça-feira (14/9), o secretário de segurança pública, Júlio Danilo, falou sobre as manifestações de 7 de setembro, violência doméstica, feminicídio e seca

Yasmim Viana*
postado em 14/09/2021 18:59
 (crédito:  Marcelo Ferreira)
(crédito: Marcelo Ferreira)

O secretário de segurança pública, Júlio Danilo, foi entrevistado no CB Poder desta terça-feira (14/9) - programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Na bancada, a entrevista foi conduzida pelo repórter Carlos Alexandre de Souza. O secretário falou sobre as manifestações que ocorreram na semana da pátria, violência doméstica e feminicídio, sobre a seca e os incêndios

Júlio relatou que a semana passada foi agitada por conta das diversas manifestações em decorrência da semana da pátria, mas que correu tudo bem. "Houve planejamento muito grande por parte do governo e da secretaria de segurança pública quanto às manifestações devido ao protocolo que já é exercido há dois anos, que reúne as lideranças, para ter mais informações sobre o ato, e realiza reuniões com forças de segurança pública do DF e federais, representantes dos órgãos públicos da Esplanada", disse

Danilo frisou que o principal objetivo é garantir que as pessoas possam se manifestar de forma tranquila e pacífica preservando a ordem pública.

Na véspera do dia 7 de setembro, o secretário relatou que houve um contratempo porque os manifestantes conseguiram furar o bloqueio. "No primeiro momento, o foco era cessar o furo do bloqueio para que não chegassem até a Praça dos Três Poderes e aos órgãos federais, porque foi informado que poderia haver uma possível invasão. Outra preocupação era o ingresso de veículos por não ser algo previsto, mas deu tudo certo por meio de negociações" afirmou.

Alguns movimentos marcaram manifestações do dia 7 até o dia 20. "Várias pessoas se instalaram no local, havia resistência e queriam continuar manifestando", disse o secretário. Porém, na sexta-feira  (10/9), as manifestações foram finalizadas com a retirada das pessoas e a limpeza da Esplanada pela SLU.

Em resposta ao repórter sobre as diretrizes relativas ao comportamento e ao que esperar da SSP o secretário disse que "Essas manifestações tiveram um volume maior que as demais passou do previsto, por pessoas que viram de fora, pessoas que não faziam parte de lideranças, porém o saldo foi positivo porque não ocorreram ocorrências graves, tiveram registros de 22 socorros pelo corpo de bombeiros", relatou.

Crimes violentos no DF

Julio Danilo também falou sobre a diminuição no índice de crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio, feminicídio, lesão corporal seguido de morte), que foi de quase 15% nos primeiros oito meses. Além disso, houve redução de crimes contra o patrimônio (roubo, furto, roubo em coletivo) em quase 17%. "Nós temos o programa DF mais seguro, que tem diversos projetos. Ele atua com a inteligência de forma bem incisiva, faz análise dos índices e dos focos criminais. Passa a atuar de forma regionalizada, com operações específicas em cada região", afirma o secretário. "Nós sempre fazemos um estudo sobre o mês anterior, para vermos a área onde houve um distúrbio de algum tipo criminal e o grupo responsável pelo local, a partir do momento que é identificado que houve um salto em roubo em coletivo e é possível ter o local de acordo com os registros de ocorrência passamos a atuar para tentar identificar as pessoas que estão cometendo esses crimes para realizarmos a prisão dessas pessoas de forma qualificada."

Danilo salientou que é fundamental que ocorra o registro da ocorrência, porque as manchas criminais são realizadas a partir delas.

Feminicídio e violência contra a mulher


Segundo o Secretário, no Brasil todo houve um aumento do femincídio, mas no DF houve uma redução de quase 50%. "O feminicídio é o fim trágico da violência doméstica. Por isso temos um número elevado de violência doméstica e o feminicídio não tem o mesmo número porque conseguimos cessar, seja afastando o agressor ou com trabalhos desenvolvidos pela SSP e pelo poder judiciário de acompanhamento psicossocial", completa.

O secretário pontuou que um fator muito importante é a questão da denúncia, e que ela não precisa ser feita necessariamente pela vítima, pode ser feita por algum vizinho, parente ou amigo. Para isso, a SSP tem o projeto Mulher Mais Segura, que promove a campanha Meta a Colher. Na maioria dos casos de feminicídio não existe ocorrência anterior. Nesses casos, a vítima não tem a chance de que o Estado intervenha.

Seca e incêndios

Sobre a seca e os incêndios, o secretário diz que o corpo de bombeiros militar tem atuado fortemente nessa área. "Esse final de semana tivemos vários focos de incêndio em várias áreas. Hoje o Ministério da Justiça está realizando o seminário internacional de enfrentamento a incêndios florestais porque a seca afeta toda a população do Brasil em geral", afirma

A SSP orienta a população a evitar a utilização de métodos de queimada para controle de pasto, prática que pode provocar um incêndios. É preciso também ter cuidado na manipulação de fogo em áreas de campo.


Estagiária sob supervisão de Nahima Maciel

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