Acidente

Família lamenta morte de ciclista atropelado em Planaltina

Gilson da Silva, 36 anos, pedalava a caminho do trabalho quando foi atingido por um carro na região de Planaltina. O homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu e morreu horas depois

Rafaela Martins
postado em 11/10/2021 15:53 / atualizado em 11/10/2021 15:55
Gilson da Silva pedalava a caminho do trabalho quando foi atropelado -  (crédito: Reprodução/Redes sociais )
Gilson da Silva pedalava a caminho do trabalho quando foi atropelado - (crédito: Reprodução/Redes sociais )

Mais um ciclista perdeu a vida nas ruas do Distrito Federal. Gilson da Silva, 36 anos, morador de Planaltina, estava a caminho da padaria em que trabalhava, na manhã de domingo (10/10), quando foi atingido por um carro. O servidor da Universidade de Brasília (UnB) Marco Antônio Ferreira Lopes, 29 anos, dirigia o veículo do modelo Chevrolet Ônix de cor preta, que atropelou o ciclista por volta das 6h. O condutor não se feriu.

Inconsciente, Gilson foi atendido e transportado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) para a unidade pública de saúde. Infelizmente a vítima não resistiu e morreu horas após o acidente. No local, além do corpo de bombeiros, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acompanhou o caso, que está sendo conduzido pela 16ª Delegacia de Polícia.

O cunhado da família Silva falou com exclusividade ao Correio. Ronilson Rosa revelou que os parentes estão abalados com o ocorrido, que Gilson deixa uma filha de 12 anos e que nada é capaz de preencher o vazio que estão sentindo. “Ele era um cara muito brincalhão e trabalhador. Todos os dias ele fazia esse caminho de bicicleta para chegar na panificadora, então nós queremos que a justiça seja feita, só isso. Daqui para frente, vamos seguir a vida, mas ele era um cara muito presente e ninguém vai ocupar esse lugar”, disse Ronilson.

A defesa de Marco Lopes afirmou que o motorista não ingeriu bebida alcoólica e ficou em estado de choque após a colisão. A advogada Neiva Esser falou que o servidor cochilou ao volante pois estava sem dormir devido a problemas familiares. “Infelizmente, ele catou uma guia, o airbag explodiu em seu rosto e ele perdeu completamente o controle da direção e colidiu com a bicicleta. Em nenhum momento ele ingeriu bebida alcoólica, não existem provas de embriaguez", disse a profissional.

Segundo a advogada, quando a polícia civil chegou ao local, o motorista não conseguia parar de chorar e estava em pânico por conta da situação. Por isso, Marco não realizou o teste do bafômetro. O enterro de Gilson está previamente marcado para a tarde de terça-feira (12/10).

Associação dos Ciclistas

O presidente da Associação dos Ciclistas de Planaltina, Eduardo Guimarães, ressaltou o apoio à família de Gilson e disse que o coletivo pretende instalar uma Ghost Bike no local do acidente. Por meio de nota divulgada à imprensa, a ASCICLO revelou que a vítima pedalava pela borda da pista em um local onde não existe ciclovia ou ciclofaixa, apesar de já existir um projeto para isso. Confira a nota na íntegra:

“A ASCICLO – ASSOCIAÇÃO DOS CICLISTAS DE PLANALTINA-DF E REGIÃO, seus associados e apoiadores, vem por meio desta manifestar seu pesar e sua solidariedade aos familiares e amigos do ciclista Gilson da Silva, de 36 anos, vítima de atropelamento na manhã deste domingo (10/11), na avenida Goiás, em Planaltina DF. Ele foi mais vítima do violento trânsito das nossas cidades.

O atropelamento ocorreu por volta das 06h14 da manhã, quando Gilson estava indo para o trabalho, pedalando pela borda da pista, no sentido da via, em um local onde não existe ciclovia ou ciclofaixa, apesar de já existir um projeto para a construção de uma ciclovia lá.

Gilson, como todo ciclista, tinha e tem o direito de transitar de bicicleta pelas vias urbanas. Isso está claríssimo no Código de Trânsito Brasileiro, onde diz que a preferência é sempre do pedestre e/ou do ciclista. É preciso relembrar que quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, o ciclista deve andar na borda da pista. Já o motorista, por sua vez, deve ultrapassá-lo guardando uma distância de 1,5 metro.”

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