PANDEMIA

Bares e restaurantes do DF preveem faturamento 30% maior no fim do ano

Natal e réveillon criam expectativas superiores às do mesmo período de 2020. Empresários se programam para atender a demanda e comentam estratégias para atrair clientes

Edis Henrique Peres
postado em 25/10/2021 05:50 / atualizado em 25/10/2021 14:02
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Com a chegada das festas de fim de ano, o setor de restaurantes, bares e bufês avalia um cenário de crescimento econômico, se comparado ao mesmo período do ano passado, com até 30% de alta no faturamento das empresas. A estimativa é do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar). No preparo para atender a demanda, os empresários avaliam a possibilidade de criar cardápios especiais, aumentar a equipe de funcionários, além de incrementar o estoque de alimentos. Para atrair a clientela, a aposta inclui programações com música ao vivo.

Presidente do Sindhobar, Jael Silva destaca que os comerciantes começaram a divulgar os planos. “Se o governo informar a tempo se haverá ou não réveillon na capital federal, isso pode contribuir para o bom momento (na área) das festividades. As empresas projetam uma frequência maior de clientes nos estabelecimentos, e as casas que estiverem abertas devem conseguir um aumento de 30% no faturamento do Natal e do ano-novo. Até o momento, um dos destaques é o preparo de ceias para entrega em casa, assim como brindes com garrafas de espumantes ou vinhos e pratos em preços promocionais. Essas iniciativas atraem os consumidores”, ressalta.

Diante do cenário da pandemia do novo coronavírus, a atenção do setor se volta, também, para a questão dos protocolos de segurança necessários. Eventos em espaços maiores e abertos, disponibilidade de álcool em gel e garantia do distanciamento adequado entre os clientes são requisitos para garantir a segurança do público. Dona de um serviço de bufê e eventos na 502 Sul, Meiriane de Paula começou a se organizar para esse período. Ela atua no ramo desde 2018, e o carro-chefe da empresa é a entrega das ceias de fim do ano. “Por enquanto, temos um movimento mais parado. No entanto, para as festas de Natal e ano-novo, o cenário é positivo. Também temos a projeção de mais casamentos para 2022”, acredita.

A empresária acrescenta que a pandemia causou uma queda de 80% das vendas durante o ano passado, mas a situação melhorou em 2021. “Estamos confiantes em um cenário melhor, e alguns clientes são antigos. A partir do próximo mês, começamos a divulgar nossas ceias, elaboramos cardápios especiais e pegamos encomendas para até 20 de dezembro. Entregamos as refeições em embalagens descartáveis, para que a pessoa transfira para a prataria dela. Esperamos ter, ao menos, o dobro do movimento de 2020”, diz Meiriane.

  • 22/10/2021. Crédito: Arquivo Pessoal. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Setor de bares e restaurantes projeta crescimento de até 30% nas vendas. O BR Buffet aposta nas confraternizações de fim de ano e no contato com os clientes antigos para o crescimento econômico deste fim de ano. O grupo já trabalha com equipes extras para dar conta da demanda das festas de fim de ano. Na foto, Bruno Lopes, proprietário do buffet.
    Dono de um serviço de bufês, Bruno Lopes se preocupa com preços dos alimentos Arquivo Pessoal
  • 04/06/2021 Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF. Expectativas de vendas para o Dia dos Namorados, venda de cesta com jantar a delivery. Rodrigo Melo chef de cozinhado Cantucci Osteria 403 Norte.
    Restaurante de Rodrigo Melo terá jazz ao vivo e espumante liberado por R$ 39 a mais Minervino Júnior/CB/D.A Press
  • Crédito: Arquivo Pessoal. Alam  Souza, sócio proprietário de Restaurante.
    Para festas de dezembro, Alam Souza terá de aumentar cerca de 20% da equipe Arquivo Pessoal
  • Dudu Camargo espera bater meta de duas toneladas em encomendas entregues
    Dudu Camargo espera bater meta de duas toneladas em encomendas entregues Minervino Junior/CB/D.A Press

Pacotes

As confraternizações das empresas são outro evento que gera expectativas para o setor. No ano passado, esse ramo teve prejuízos devido às crises econômica e sanitária. Contudo, em 2021, algumas firmas pretendem organizar comemorações entre os funcionários, em virtude das mudanças no cenário pandêmico. “Sempre fazemos uma programação especial no fim do ano. Para empresas, fazemos um pacote com entrada, prato principal e sobremesa. Até o momento, temos três confraternizações programadas. A expectativa é bem alta”, conta Rodrigo Melo, chef e um dos donos de um restaurante na 403 Norte. E, para chamar a atenção dos clientes, o restaurante programa promoções atrativas: “Temos a quinta do Jazz, com música ao vivo, e, às quartas-feiras, espumante liberado das 19h às 22h para todo cliente que pedir um prato principal e pagar mais R$ 39”.

Com um bar na 303 Sul, o chef Dudu Camargo adianta que busca uma parceria com um hotel próximo ao estabelecimento, para receber duas duplas sertanejas e um DJ no fim do ano. “Além disso, teremos um cardápio com 10 a 12 itens para vender ao pessoal que quiser passar a ceia em casa. Venderemos pratos por quilo e por unidade”, conta. “Será um ano diferente dos anteriores à pandemia e até do próprio 2020. Mas será melhor e terá mais movimento. No ano passado, tivemos encomendas de uns 800kg de comida pronta. Para 2021, esperamos bater a meta de duas toneladas de encomendas”, completa Dudu.

Desafios

Mesmo com o aumento das vendas, Matheus Silva de Paiva, coordenador do curso de economia da Universidade Católica de Brasília (UCB), acredita que a alta no faturamento esperada pelos donos de negócios deve ocorrer, com a possibilidade de melhora do cenário em 2022. “Durante este fim de ano, teremos o 13º salário da população, o que, com certeza, vai injetar uma boa renda no consumo das famílias. É de se esperar essa projeção de crescimento dos comerciantes, porque estamos há um ano e meio na pandemia com vendas prejudicadas pela covid-19”, observa.

Para Bruno Lopes, dono de uma empresa de bufês por encomenda, o pior período para os negócios foi de março a agosto de 2020. “As pessoas estavam com muito medo e não contratavam nossos serviços. Mesmo com o retorno das atividades, a retomada foi com eventos pequenos — de até 30 pessoas — que não cobriam todas as despesas e serviam só para sobrevivermos”, relata. Outro desafio relatado pelo empresário é o aumento dos preços dos alimentos: “Há cerca de sete meses, eu comprava frango no atacado por até R$ 7,49. Hoje, para ter um de boa qualidade, pago, em média, R$ 16 no quilo”.

No entanto, a expectativa de aumento no movimento exige outra preparação dos comerciantes. Alam Souza, sócio-proprietário de um restaurante em Águas Claras, conta que, para as festividades de dezembro, terá de aumentar em torno de 20% o quadro de funcionários, além de fazer estoque de algumas mercadorias. “Fechamos os valores de rodízio, confraternização e demais eventos, para que o cliente tenha um custo-benefício maior. E, claro, fazemos os pratos natalinos, com peru, porquinhos assados inteiros e peixe, por exemplo. Montaremos um salão temático, com decoração e atração musical, e, tanto no Natal como no réveillon, teremos música ao vivo e pacotes com bebida inclusa”, antecipa.

A procura pelos pacotes aumenta, principalmente, em novembro. E alguns estabelecimentos estão com datas lotadas para a programação de dezembro. Rodrigo Pileco, dono de um estabelecimento em Arniqueiras, espera cerca de 350 clientes para a virada do ano. “Para dezembro, teremos um bufê especial de réveillon, que abrirá às 21h e funcionará até 0h30, mais ou menos. Também teremos duas bandas para tocar depois da meia-noite e devemos funcionar até as 3h”, completa Rodrigo.

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