Violência contra a mulher

Pais da estudante de direito assassinada no DF se revoltam com autuação de suspeito

O homem que confessou ter matado a estudante de direito Milena Cristina, no Riacho Fundo, foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar

Os pais da estudante de direito Milena Cristina, 24, assassinada no apartamento dela, no sábado (16/10), no Riacho Fundo, ficaram revoltados ao saber que o assassino confesso foi autuado por homicídio culposo (sem a intenção de matar). “É lamentável que tenha sido assim”, disse o pai de Milena, Vanderlan Souza Conrado. 

Enquanto se prepara para a cerimônia de despedida da filha, Vanderlan se agarra à possibilidade de, no decorrer as investigações, a autuação mudar. A polícia aguarda o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) para verificar a causa da morte. Até o fim da tarde de deste domingo (17/10), o corpo de Milena continuava IML. 

O Correio apurou que o suspeito do crime foi recolhido para a Carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) e que a audiência de custódia deve acontecer nesta segunda (18/10). Além disso, a partir desta semana a investigação ficará sob a responsabilidade dos agentes da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo), onde o crime aconteceu.

Gratidão

Para os pais da jovem, ela será lembrada como uma pessoa dedicada, independente, estudiosa e apegada à família. "Ela dizia que o sonho dela era se tornar uma grande advogada para cuidar da gente na velhice", contou Vanderlan. Milena cursava o terceiro semestre do curso de direito em uma faculdade de Asa Sul e estagiava num escritório de advocacia no Plano Piloto. 

Em entrevista ao Correio no dia do crime, a mãe de Milena, a auxiliar de higienização Wesliana Conrado, resumiu o sentimento de ter ficado frente a frente com o assassino confesso: "Foi o pior dia da minha vida".  A polícia investiga qual relação havia entre a vítima e o suposto autor do crime. A partir dessas respostas, o caso pode ser enquadrado como feminicídio.