CIDADANIA

Centros Olímpicos do DF promovem inclusão social por meio do esporte

Capital federal conta com 12 Centros Olímpicos para atender diversas regiões administrativas. Mais de 25 modalidades esportivas são oferecidas aos cidadãos

Rafaela Martins
postado em 10/11/2021 06:00
 (crédito:  Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
(crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Não é novidade que o esporte pode salvar vidas e mudar realidades. Quem não conhece histórias de grandes esportistas que marcaram o Brasil, como Ayrton Senna, Pelé, Ronaldo Fenômeno, Letícia Bufoni, Marta e Rayssa Leal? Mas toda carreira de sucesso tem um começo, e isso pode acontecer nos primeiros anos de vida de um cidadão. O Correio visitou a Estrutural para contar histórias de crianças e adultos que priorizam o esporte como ferramenta para manter a qualidade de vida.

Com objetivo de incentivar e apoiar moradores da região, a Secretaria de Esporte e Lazer reabriu o Centro Olímpico e Paralímpico (COP) em agosto. Por conta da pandemia, as atividades foram suspensas em 2020, mas agora a unidade da Estrutural voltou com tudo. Na unidade, são praticadas atividades como futebol, tênis, basquete e lutas. 

Moradora da Estrutural, Naila Cunha, 28 anos, é mãe de Davi Lucas, 6, que no contraturno da escola utiliza o COP para praticar diversas atividades físicas. Para a mulher, ter esse recurso perto de casa é importante para formação de caráter do filho e para manter a saúde dele em dia. "Ele entrou esse ano, porque tudo foi suspenso pela pandemia da covid-19. Quando ele descobriu que ia dar certo, ficou animado. Nesse tempo, ele aprendeu a nadar e a ter coordenação motora. Em casa, ele até brinca com o pai, ensinando golpes de karatê. Ele está aprendendo muita coisa aqui, e sou muito grata por isso", contou a mãe.

Davi Lucas não conseguia esconder a felicidade por estar com os amigos. Sorridente, a criança estava apressada para pegar o lanche oferecido aos contemplados do centro (único local que disponibiliza lanche na hora do intervalo). "Estava fazendo ginástica, e gosto de basquete, natação, judô e taekwondo. Gosto de todos e sempre venho para cá; fico feliz e ansioso. Aprendi todas as coisas que os professores ensinam", relatou. Para ele, o momento mais legal no COP é o horário do lanche, pois tem pão, suco e bolo.

Há um ano e quatro meses, Flavio Sena está à frente do Centro da Estrutural. Para o diretor, o poder de nada serve se não for para servir. "Cuidar das pessoas é a nossa missão. Estamos vivendo uma situação complicada com a covid-19, mas temos que nos lembrar que esporte também é saúde. A prática esportiva nos torna mais fortes no bloqueio de doenças, então, a importância principalmente aqui nessa região de baixa renda é retirar essas pessoas de um mundo que não acrescenta em nada, e fazer delas futuros campeões ou campeãs", ressaltou Flávio.

Oportunidade

Operando com 50% da capacidade, os COPs vão receber 100% dos inscritos selecionados ainda neste mês, nas unidades do Recanto das Emas, da Estrutural e de Brazlândia. Além disso, a secretária de Esporte e Lazer, Giselle Ferreira, falou com exclusividade ao Correio que as 12 unidades espalhadas pelo Distrito Federal devem voltar a funcionar até dezembro deste ano.

"Hoje nós estamos com 70% dos Centros Olímpicos prontos, e até dezembro espero voltar com toda a capacidade. Nós reabrimos gradativamente, e uma novidade é que estamos com matrículas abertas para o COP do Gama, de Santa Maria e de Planaltina. Os centros existem desde 2009, e quanto mais as crianças, jovens e idosos estiverem praticando esporte, mais saúde para a população. Eu quero convidar as pessoas a participarem e acreditarem nos centros e nos esportes", declarou Giselle.

Para quem se interessar, há modalidades de esportes individuais e coletivos para crianças a partir de 4 anos. Portadores de necessidades especiais (PNE) contam com atendimento especializado. O cidadão pode escolher qualquer uma das 25 opções oferecidas. Entre as opções, estão atividade física orientada, atletismo, basquete, capoeira, ginásticas artística, localizada, acrobática e rítmica, desenvolvimento motor I e II, capoeira, futebol de areia, futsal, futebol society, handebol, hidroginástica, natação, tênis e vôlei de quadra. Pessoas com deficiência podem praticar bocha, natação, programa de inclusão, atletismo e estimulação básica.

Incentivo

A professora dos portadores de necessidades especiais Kinberly Morais, 26, acompanha a rotina dos esportistas de perto. Contratada em 2021, ela foi estagiária no local em 2015 e decidiu voltar como educadora física para continuar o trabalho. Sobre a relevância do COP, a professora considera o espaço uma oportunidade para aqueles que não têm condição financeira.

"Esse lugar tem uma grande importância na região. Como a maioria das pessoas não têm acesso a uma escolinha particular por conta da condição financeira, a gente percebe que aqui é uma porta de entrada. O centro fica perto da minha casa, gosto de trabalhar aqui e devo ter uns 20 alunos ao todo, e todos são pessoas com deficiência", relatou.

As atividades são realizadas em três turnos (matutino, vespertino e noturno), de terça-feira à sexta-feira. O horário de funcionamento varia das 6h45 às 21h45, durante a semana, e aos sábado, das 7h às 12h, de acordo com a necessidade da Secretaria. Sábados e domingos, os Centros Olímpicos e Paralímpicos, disponibilizam à comunidade a infraestrutura como espaço de convivência e lazer, das 9h às 16 h, para a prática de esportes.

Moradora da região há 15 anos, às terças e quintas Roseane Luz, 34 anos, vai ao COP para praticar ginástica localizada. Com o peso do próprio corpo, a moça faz a atividade ao ar livre e diz se sentir bem. Porém, durante a pandemia, as coisas ficaram complicadas. "O centro ficou sem professor no início da pandemia. Como usuária, eu senti falta porque fiquei esse tempo todo parada. Então, quando as atividades retornaram, eu fui uma das primeiras que correu para garantir a vaga. Estou com a vacinação contra a covid-19 completa e espero conseguir vaga para os meus filhos aqui", ressaltou.

Roseane vê o lugar como um espaço de incentivo e acolhimento. "Eu frequento o centro há bastante tempo. No caso de mães que deixam as crianças em casa ou na rua, o centro é uma oportunidade de acolher e desenvolver um trabalho esportivo. Aqui a idade não é empecilho, podemos fazer várias modalidades. Então, é bem inclusivo", disse.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Estrutura dos centros

» Prédio de administração

» Ginásio coberto

» Quadra polivalente coberta
» Quadra polivalente descoberta

» Quadra de tênis
» Parque aquático: duas piscinas semi olímpicas e uma infantil
» Pista de atletismo
» Campo de futebol society

» Playground
» Campo de areia

» Vestiários

Regiões contempladas

» Brazlândia
» Ceilândia (P Norte)

» Ceilândia (Setor O)
» Estrutural
» Gama
- Recanto das Emas

- Riacho Fundo I
- Samambaia
- Santa Maria
- São Sebastião

- Sobradinho
- Planaltina

Como se inscrever
Acesse https://www.esporte.df.gov.br/faca-a-sua-matricula-aqui/

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação