Operação SOS Malibu

PM agiota ameaça devedores: "Vou arrancar seu olho na mordida"

Em áudios, Ronie Peter Fernandes da Silva cobrava e ameaça os devedores do esquema de agiotagem

Samara Schwingel
postado em 22/11/2021 14:37 / atualizado em 22/11/2021 14:44
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais )
(crédito: Reprodução/Redes Sociais )

"Vou atrás de você na sua casa, onde eu te achar hoje". Foi assim que o policial militar do Distrito Federal, Ronie Peter Fernandes da Silva cobrou um devedor do esquema de agiotagem comandado por ele, segundo as investigações conduzidas pela Polícia Civil do DF (PCDF) sobre a quadrilha comandada pelo PM. 

Nos diversos áudios encontrados pelos investigadores, Ronie afirma que vai atrás do devedor caso não receba o dinheiro emprestado. "Vou arrancar seu olho na mordida", diz o PM. "Não vou só te espancar não, vou arrancar os pedaços", continuou Ronie. 

Até o momento, Ronie e o irmão, o empresário Tiago Fernandes da Silva, estão presos por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. Outras quatro pessoas chegaram a ser presas, mas, por decisão da Justiça, vão aguardar o fim das investigações em liberdade. 

As prisões e materiais apreendidos são resultado da Operação SOS Malibu conduzida pela Divisão de Roubos e Furtos da PCDF (DRF/Corpatri). Segundo as investigações, o militar é suspeito de gerenciar um negócio ilegal que movimentou R$ 8 milhões em seis meses extorquindo pessoas.

A operação

Sete integrantes de uma organização criminosa foram presos durante operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que investiga um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. A quadrilha era chefiada por um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e seu irmão. Em 16 de novembro, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo.

Segundo as investigações da PCDF, a cobrança de quem não pagava as prestações do empréstimo em dia era feita por meio de coação e ameaças, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. Além disso, os valores da agiotagem eram ocultados por meio da aquisição de veículos de luxo, registrados em nome de terceiros, bem como através de quatro empresas de fachada, sediadas em Águas Claras e Vicente Pires.

Nos últimos dois anos, o grupo criminoso adquiriu oito veículos da marca Porsche, cada um com valor aproximado de R$1 milhão e, nos últimos seis meses, movimentou mais de R$8 milhões. Durante a operação, três veículos da marca Porsche e um veículo BMW/X4 foram apreendidos. Os carros estão avaliados em R$3 milhões. Também foram bloqueadas sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, com o bloqueio e sequestro de R$8 milhões.

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