Um homem tentou se passar por uma médica do Distrito Federal para pedir dinheiro aos amigos e familiares da vítima. Por mensagem, o golpista entrou em contato com os parentes e solicitou depósitos. Mesmo após a farsa ser descoberta, o suspeito enviou mensagens à infectologista Ana Helena Germoglio e, em tom de deboche, disse: “Prazer, meu nome é Ana”. Em seguida, ainda diz que está na cadeia.
No WhatsApp, com número registrado no DF, o golpista usou a foto da médica nas redes sociais e pediu dinheiro ao pai e ao irmão dela. Na mensagem, enviada na manhã desta sexta-feira (26/11), o homem diz: “Oi, pai. Anota aí meu novo número. Pai, você pode depositar um dinheiro pra mim”, escreveu.
Desconfiado, o familiar ligou para a filha perguntando se, de fato, ela estava solicitando o dinheiro. “Meu pai estranhou rapidamente, porque sempre o chamo de ‘painho’. E também pelo motivo de eu não pedir dinheiro. Isso gerou estranheza. Felizmente, ninguém depositou nada”, afirmou Ana Helena, ao Correio.
Ao saber do golpe, a infectologista entrou em contato com as pessoas próximas, alertou sobre a situação e ainda fez contato com o golpista pelo WhatsApp. Na mensagem, ela diz que comunicou à polícia sobre o crime e pediu para que a foto dela fosse tirada do perfil. Em resposta, o homem diz: “Prazer, meu nome é Ana, e o seu?”.
Aproveitando a resposta do golpista, Ana alertou, ainda, sobre a importância em se vacinar contra a covid-19. “Se não vacinou, não perde a oportunidade. Amanhã tem dia D novamente.” O suspeito ainda pergunta se quem não tomou a primeira dose não pode tomar mais. “[...] O problema é que estou na cadeia. Tem que esperar a boa vontade de ‘virem aqui dá a vacina’. Nós somos a última opção desse lugar.”
Exposição
Graduada em medicina pela Universidade Federal da Paraíba e especializada em infectologia, Ana Helena ganhou renome no DF ao ficar à frente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde atuou no combate direto à covid-19.
Exposta na mídia frequentemente, a médica acredita que a imagem tenha contribuído para o criminoso escolhê-la para aplicar o golpe. “A gente acha que esse tipo de golpe nunca vai acontecer com a gente, mas essa é a prova de que estamos vulneráveis a crimes como esse”, disse. Ana Helena registrou boletim de ocorrência na PCDF por meio da internet.
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