Saúde

Distrito Federal deve registrar mais de 8 mil casos de câncer em dois anos

Estudo mostra que tumores na próstata e na mama são os mais incidentes entre os brasilienses

Correio Braziliense
postado em 27/01/2022 20:03
 (crédito: Cettro/divulgação)
(crédito: Cettro/divulgação)

Já são cerca de cinco anos entre idas e vidas ao médico, internações, sessões de quimioterapia e cirurgias. Agora, Maralusse Xavier, de 56 anos, segue se recuperando das batalhas vencidas contra o câncer de mama.

“Foram e têm sido longos anos de uma difícil luta. Porém, temos vencido às batalhas, uma a uma. A Dê (apelido de Marasulle) tem sido uma guerreira. Não somos nós quem a ajudamos. Na verdade, é ela quem nos dá a força necessária para seguirmos”, conta a Veralusse, ao se referir a irmã, que também convive com um certo grau de deficiência intelectual.

Maralusse e Veralusse
Maralusse e Veralusse (foto: Arquivo Pessoal )

Assim como a moradora do Guará II, mais 8.820 brasilienses devem desenvolver algum tipo de câncer entre 2020 e 2022, estima o  Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o Distrito Federal.

O câncer de próstata está na ponta das incidência, com 55,4 casos a cada 100 mil habitantes. Logo atrás, vêm os casos de tumores na mama, os quais estima-se serem responsáveis por 42,63 casos a cada 100 mil habitantes por ano.

De acordo com o oncologista João Nunes, do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), entre 5% e 10% dos casos têm ligação genética. “Em relação aos demais, podemos relacionar a fatores ambientais e comportamentais, como fumo, obesidade e afins”, explica.

Ainda de acordo com o médico, pessoas que nunca fumaram, mantém um peso adequado à altura e à idade, fazem atividades físicas com regularidade e consomem uma dieta equilibrada, reduzem em 30% a 70% a possibilidade de apresentar um câncer no futuro.

Para enfatizar campanhas de prevenção e sensibilização, estabeleceu-se o dia 4 de fevereiro como o Dia Mundial do Câncer, uma iniciativa da União Internacional para Controle do Câncer. “Há três anos já participamos dessa iniciativa, cuja a ideia é, de fato, conscientizar o cidadão que ele tem plenas condições de reduzir os fatores de risco capazes de o levar a desenvolver essa doença”, explica o oncologista do Cettro.

O médico enumera hábitos que cada um pode adotar na prevenção ao câncer:

  • Parar de fumar (90% dos casos de câncer de pulmão ocorrem pelo hábito de fumar);
  • Reduzir o consumo de álcool (ingestão de álcool danifica o DNA das células-tronco, favorecendo o desenvolvimento da doença);
  • Controlar o peso (um estudo da Universidade de São Paulo associou a gordura a vários tipos de câncer, como mama, cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado ovário, próstata, mieloma múltiplo esôfago, pâncreas, estômago e tireoide);
  • Exercitar-se regularmente (ajuda a equilibrar níveis de hormônios e fortalece o sistema imunológico);
  • Alimentar-se de maneira saudável (uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais e cereais integrais e pobre em alimentos processados pode prevenir de três a quatro milhões de casos de câncer por ano no mundo);
  • Evitar poluição ambiental (queima de combustíveis fósseis, fumaça de incêndios florestais e poeira de terra são cancerígenos);
  • Praticar sexo seguro (o uso de preservativos em relações sexuais é fundamental para evitar doenças transmissíveis que podem culminar em câncer de colo de útero, vulva, pênis e garganta);
  • Vacinar-se (algumas doenças que não tem nada a ver com o câncer possuem alto potencial cancerígeno: é o caso da hepatite, por exemplo).

Entenda o câncer


Trata-se de uma mutação do DNA que ordena um crescimento desenfreado e desordenado de células anormais. Agressivas, as células se juntam formando tumores e invadem tecidos e órgãos, destruindo o que encontram pela frente. Os cânceres que começam em tecidos epiteliais (pele ou mucosas, por exemplo), são chamados de carcinomas. Os que têm início em tecidos conjuntivos (ossos, músculos ou cartilagem), recebem o nome de sarcoma. A metástase é quando a doença se espalha para outras partes do corpo.

Entre os homens, os cânceres de cólon e reto (16,85), traqueia, brônquio e pulmão (15,37), cavidade oral (8,06) e leucemias (7,37) completam a lista das cinco neoplasias mais comuns. Já no grupo das mulheres, colo de útero (15,01), câncer de cólon e reto (13,74), traqueia, brônquio e pulmão (10,88) e estômago (7,72) serão as doenças com maior número de casos.

 

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