Mobilidade

Reparos na ponte sobre o Rio Melchior devem acontecer nos próximos dias

Após vistoria, o Departamento de Estradas e Rodagem do Distrito Federal decidiu interditar a estrutura, pois há risco de desabamento. Reparos emergenciais acontecem nos próximos dias, e obra de contenção será licitada

Um importante acesso entre Samambaia e Ceilândia, a estrutura da ponte sobre o Rio Melchior não suportou o período de chuvas do Distrito Federal. Desde a última quarta-feira, o caminho que é feito, em média, por 15 mil motoristas está interditado. Há tempos os moradores das proximidades e usuários do acesso questionavam as condições de manutenção da ligação, mas só esta semana o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER) interditou o trecho de 27 metros.

Em uma vistoria feita pelo órgão rodoviário, técnicos constaram que havia risco de desabamento da conexão e bloquearam a passagem. Em dezembro, a autarquia lançou o aviso de licitação para uma obra de contenção da ligação. A publicação foi feita no último dia 21 no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). O DER pretende contratar uma empresa que desenvolverá o projeto executivo e fará a obra de contenção, taludes e canais da ponte, com recursos de R$ 2,5 milhões.

O resultado sairá em 20 de janeiro de 2022, às 10h, na sede do departamento. Até lá, quem precisa trafegar no trecho que faz a ligação entre a BR-070 e a BR-060, na DF-180, deve buscar alternativas. Conforme DER, o fluxo de qualquer tipo de veículo está terminantemente proibido até a conclusão dos reparos emergenciais, mas não divulgou um cronograma do andamento dos trabalhos.

Velho problema

Como forma de tentar minimizar os impactos sobre a ponte, desde 31 de dezembro estava proibido o tráfego de caminhões com mais de dois eixos no caminho. Entretanto, a redução não foi suficiente. A atual determinação pretende restringir o peso médio dos veículos na estrutura de 27 metros que tem o tráfego médio diário de 15 mil carros. Os condutores que não respeitarem a regra serão autuados a partir de 31 de janeiro. Até lá, serão realizadas campanhas informativas sobre a proibição e rota alternativa.

Para o engenheiro civil Erick de Freitas, o que falta nas estruturas do DF são manutenções preventivas. "É simples entender por que a ponte está com risco de desabar: faltam manutenções preventivas e fiscalizações. Toda estrutura, seja ponte ou prédio, necessita de manutenções preventivas, e no Brasil só trabalhamos com as manutenções corretivas", destacou o profissional.

Além disso, ele apontou as chuvas como um agravante. "Como a gente vive em um país sazonal, com épocas bem definidas, sempre tem um período com maior chuva. Por isso, as manutenções devem ser feitas na época com menos chuvas. Sem contar que só o fato de ser uma formação que fica próxima d'água, mesmo que ela seja projetada para esse fim, devem ser feitas inspeções de tempos em tempos. Quando você não tem isso, aliado a frequência de chuvas atípicas, as problemáticas surgem", explicou o engenheiro.

Previsão do tempo

O DF não terá trégua das fortes precipitações de água nos próximos dias. Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Cléber Souza, até o fim de semana pancadas de chuva devem atingir o Centro-Oeste.

"O tempo no DF permanece igual: céu com muitas nuvens e pancadas de chuvas previstas para o fim da tarde e à noite. Por conta do aquecimento que ocorre na atmosfera, as nuvens se formam de dia, e na parte da noite o brasiliense recebe os temporais", alertou.

Além disso, o estado permanece em alerta laranja, indicando que podem ocorrer chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, e ventos intensos entre 60 e 100 km/h. Também existe o risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. Hoje os termômetros marcam máxima de 25°C e mínima de 18°C e umidade relativa do ar fica entre 95% e 60%.