Pandemia

"Vacinar é na verdade a grande defesa que nós temos", diz general Pafiadache

Em entrevista ao CB.Poder desta quarta-feira (2/2), o secretário de Saúde do DF comentou sobre a importância das vacinas, a ocupação dos leitos de UTI e o planejamento da pasta para garantir o atendimento à população

Júlia Eleutério
postado em 02/02/2022 16:04
 (crédito: Ed Alves/CB/DA Press)
(crédito: Ed Alves/CB/DA Press)

Com a aumento de casos de covid-19 causados pela variante ômicron e a falta de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), o secretário de saúde do Distrito Federal, general Manoel Pafiadache, foi o entrevistado do CB.Poder — parceria do Correio Braziliense e TV Brasília — desta quarta-feira (2/2). Na bancada com a jornalista Ana Maria Campos, o secretário falou sobre diversos temas da saúde local, incluindo a testagem da população, a vacinação nas crianças, a ocupação dos leitos hospitalares e as estratégias da pasta caso haja uma quarta onda da pandemia do novo coronavírus.

Questionado sobre a cobertura vacinal nas crianças de 5 a 11 anos e a segurança do imunizante aplicado, Pafiadache reforçou que a vacina é segura e que as famílias têm procurado os pontos de vacinação para a aplicação nos pequenos, além de elogiar a quantidade de pessoas já imunizadas. “Acredito muito na segurança da vacina, porque as intercorrências são mínimas no mundo todo. Apareceu um problema aqui em São Paulo que não tinha nada a ver com a vacina. Então, vacinar é na verdade a grande defesa que nós temos. Não é à toa que de 85% a 90% das pessoas que hoje estão internadas ou não se vacinaram ou estão com a cobertura vacinal incompleta”, destacou o secretário.

Segundo o general, a pasta já vacinou com a primeira dose cerca de 305 mil crianças em idade escolar, de um total de aproximadamente 450 mil da rede pública. “Nós estamos preparando as crianças, principalmente para a abertura das escolas, no dia 14, junto com a Secretaria de Educação. Um trabalho muito bem feito que nós estamos fazendo para que a gente possa dar prosseguimento à vacinação das crianças que nós já estávamos fazendo, mas agora vamos alimentar a ideia no planejamento de vacinar as crianças em idade escolar”, acrescentou.

Leitos de UTI

O secretário comentou a situação da alta ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) na rede pública de saúde, e disse haver um plano para garantir o atendimento da população. “Nós estávamos acompanhando e temos um planejamento. Estamos, muitas vezes, transformando leitos não-covid em covid. Para dar mais tranquilidade, tivemos que cancelar algumas cirurgias eletivas, exceto a parte de cardio, oncologia, oftalmologia, judicializadas, além das emergências e urgências”, ressaltou Pafiadache. “Isso já tinha acontecido na primeira e na segunda onda. Eu me lembro que na segunda chegamos a ter 400 pessoas na espera por leito, hoje gira em torno de 30, porque o nosso trabalho segue constante e sempre buscando mais leitos”, complementou.

Planejamento

A respeito de uma nova onda de casos, o secretário avaliou que a pasta trabalha pensando no que pode acontecer para se preparar. “Nós já estávamos nos projetando para frente. Isso é, procurando a pior hipótese e tratando a pior hipótese com sabedoria e com ações. E nesse diagnóstico, nós colocamos três pilares, e atuar em cima desses três pilares foi o nosso propósito, porque nós estaríamos amenizando o momento que estávamos chegando, mas também preparando a saúde para frente, porque o mundo não sabia onde a pandemia ia nos levar”, disse o general. “Nós, na gestão de saúde, nunca podemos imaginar que tudo vai ser um mar de marinheiro ou um ar de céu de brigadeiro. Temos que imaginar sempre a possibilidade de alguma coisa se agravar e nos prepararmos para isso. Foi o que aconteceu”, pontuou Pafiadache.

O gestor da Saúde explicou que os três pilares compreendem os insumos, os recursos humanos e a melhoria nos processos. “Hoje, a gente está numa situação bem diferente do que imaginávamos com uma cepa do vírus, a ômicron, bastante transmissível e não tão violenta, mas que está ocupando sim todos os nossos espaços. Então, em cima desses três grandes campos, nós atuamos e vínhamos nos preparando para o que viria pela frente”, comentou o general.

Testes

Outro ponto importante levantado durante a entrevista é sobre as orientações para aqueles que testaram positivo para a covid-19. Pafiadache destacou a necessidade de procurar um médico, caso apresente sintomas, e do isolamento para quem receber o diagnóstico da doença. “Está com algum sintoma, tem que procurar um médico. Até para que esse médico na unidade de saúde possa orientá-lo e fazer um teste. Quem está assintomático e testou positivo, também deve ser orientado, porque essa orientação é que vai guiar o estado dele nos próximos dias. Isso é fundamental”, pontuou o secretário.

Sobre a testagem da população, o secretário garantiu que o objetivo é aumentar cada vez mais a oferta do serviço. “Nós queremos chegar a até 100 farmácias fazendo os testes. Nesse momento que nós estamos vivendo, nós temos a covid-19, a influenza e a dengue, todas com, mais ou menos, os sintomas parecidos. Então, é preciso ver o que é que está acontecendo para tomar a medida correta na parte de diagnóstico”, disse o general, acrescentando que, assim que disponibilizado pelo Ministério da Saúde, a capital vai aderir ao autoteste de covid-19.

Assista a entrevista na integra:

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