AUTISMO

Deputados distritais defendem causa da AMA-DF e pedem posicionamento do GDF

O caso ganhou repercussão após o apresentador Marcos Mion fazer um apelo ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), em um vídeo nas redes sociais

Correio Braziliense
postado em 09/02/2022 20:53
 (crédito: Reprodução/AMA-DF)
(crédito: Reprodução/AMA-DF)

Deputados distritais de diversos partidos se mobilizaram, em sessão ordinária na Câmara Legislativa desta quarta-feira (9/2), a favor da Associação dos Autistas do Distrito Federal (AMA-DF). A organização recebeu uma ordem de despejo encaminhada pela Secretaria de Saúde. O prazo para que desocupem as duas casas localizadas dentro do Instituto de Saúde Mental, no Riacho Fundo I, que servem como sede da entidade, é 1º de abril. O caso ganhou repercussão após o apresentador Marcos Mion fazer um apelo ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), em um vídeo nas redes sociais.

O primeiro a tratar da questão no plenário foi o deputado Reginaldo Veras (PDT). De acordo com ele, o governo “deve incentivar, financiar, abraçar e não remover a organização”. O deputado reiterou, ainda, que os gestores públicos foram “insensíveis” e acrescentou que “o governo local somente trabalha na base da pressão”, comentando o recuo de 48 horas, após a reverberação da notícia. A ordem de despejo está suspensa até as 17h, desta quinta-feira (10/2).

O deputado João Cardoso (Avante) também se solidarizou com a AMA-DF durante seu pronunciamento. Por sua vez Leandro Grass (Rede), que anunciou que irá ingressar no Partido Verde, acredita que o GDF já podia ter “construído uma alternativa” que evitasse o despejo. O distrital colocou-se à disposição para trabalhar na solução do caso. Já Eduardo Pedrosa (DEM) conclamou os demais parlamentares a se unirem em favor da organização, cuja remoção considerou “inadmissível”.

Medidas em andamento

Na manhã desta quarta-feira (9/2), o chefe do Executivo local reiterou que a ordem que determinou o despejo da AMA do local onde funciona há 35 anos, em um convênio firmado, foi proposta durante a gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em 2017, pela Secretaria de Saúde. De acordo com Ibaneis, uma reunião será feita ainda nesta quinta-feira (10/2), entre a organização e a pasta da saúde para tratar do assunto.

“Nós vamos encontrar uma solução para que não saiam de lá, ou então que vão para outro local que possa dar o atendimento à comunidade. Eles vão analisar isso nessa reunião, que deve ser feita amanhã”, reiterou. Questionado se pretende entrar em contato com o apresentador, que se colocou à disposição para ajudar, uma vez que tem um filho diagnosticado com autismo e é ativo no movimento, o governador informou que não há “nenhuma necessidade”. “A reunião já havia sido determinada, o ofício já havia sido expedido, a reunião já está marcada. A gente agradece a participação dele como um profissional da comunicação, mas as medidas já estão sendo adotadas”, pontuou.

Apelo nas redes sociais

O vídeo comovente publicado por Mion fala sobre os motivos apresentados pela Secretaria de Saúde para o despejo e fechamento da AMA-DF. “A justificativa do governo para o despejo é de que o espaço vai ser utilizado agora para abrigar ex-detentos com problemas psiquiátricos”, explicou o apresentador.

“Essa é outra causa que merece sim atenção do Estado, mas porque não manter a AMA-DF no lugar que ela está instalada há mais de 30 anos e criar um novo espaço para atender os ex-detentos?”, questionou Mion. Como o apresentador do programa Caldeirão falou, a AMA presta atendimento especializado de tratamento e diagnóstico de autismo de nível 3, que é o mais severo, há cerca de 35 anos. “Perder a AMA-DF, que realiza um trabalho voluntário e único em Brasília, não pode ser uma opção”, exclamou Mion.

Para tentar reverter a situação, o apresentador apelou pelo apoio do Poder Executivo do Distrito Federal para que a decisão seja revista. “Que vocês conheçam o trabalho da AMA-DF, para entender o quanto essa instituição é necessária na vida de muitos autistas e de muitas famílias. Eles contam com esse atendimento. Nós da comunidade autista estamos aqui aguardando uma resposta”, disse.

 

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