O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) apontou irregularidades no pronto atendimento do Hospital Regional do Gama (HRG). De acordo com o conselho, condições exaustivas de trabalho “expõem os profissionais de saúde e seus pacientes a alto risco de desassistência”. O conselho ainda encontrou problemas que precisam ser tratados com urgência, como falta de insumos, equipamentos e medicamentos, além da própria estrutura da unidade que são tratadas pelo conselho como preocupantes.
No plenário do CRM-DF, na terça-feira (22/2), foi apresentado um indicativo de interdição ética da unidade para que a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tome uma ação enérgica, necessária e construtiva, com o objetivo de sanar os problemas da unidade de saúde. “Há prova inequívoca de que a continuidade de funcionamento da instituição, em condições precárias, traga fundado receio da iminente ocorrência de dano irreparável ou de difícil reparação aos pacientes que dela necessitem”, afirma o conselho.
Ainda nas irregularidades apontadas pelo CRM, foi constatado que existem condições da unidade que expõem aos profissionais e pacientes o alto risco de desassistência, desencadeadas pelo número insuficiente de profissionais na linha de tratamento, que, em situações de urgência e emergência, podem ser determinantes para a vida ou morte.
O conselho ainda aponta que não houve a efetiva contratação de médicos em número suficiente à atual demanda e que a situação está sendo contingenciada há aproximadamente um ano. “As informações serão encaminhadas ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), para a ciência das problemáticas enfrentadas na unidade de saúde”, conclui o conselho. A secretaria terá 30 dias para sanar esses problemas.
O que diz a saúde
Em coletiva, na tarde desta quinta-feira (24/2), o secretário da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), Manoel Pafiadache, afirmou que a pasta estará contratando médicos temporários para desafogar unidades de saúde do DF. O secretário afirmou que problemas nos recursos humanos da pasta tardou o processo. “Estamos com dificuldade na área de RH, porém estamos em uma etapa de contratação de 100 médicos, onde após o período de carnaval, eles já começarão a atuar”, disse.
Ao ser questionado sobre os problemas encontrados na unidade, o secretário afirmou que parte dos problemas já foi sanada. “Temos os dados que foram levantados pelo conselho, e todos os dados a gente já pode dizer que o posto 1, 2 e 3 do Pronto-Socorro já foram reformados. Abrimos o posto de coleta que foi uma solicitação. A falta de medicamento temporário já foi adquirida pelo próprio diretor do hospital. Sempre que tiver qualquer órgão, ou alguém que fez uma vistoria e que seja uma autoridade para isso e nos informe, é uma oportunidade de melhoria”, afirmou Pafiadache.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira
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