Feminicídio

Família pede justiça por Larissa Nascimento, morta com taco de beisebol

Crime ocorreu em maio de 2021. Acusado de cometer o assassinato, o companheiro da vítima, João Paulo Moura de Sousa, começa a ser julgado nesta quinta-feira (17/3)

Júlia Eleutério
postado em 17/03/2022 10:59 / atualizado em 17/03/2022 11:00
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

“Quem ama não humilha, não maltrata e não mata. Queremos justiça!”, diz um dos cartazes segurados por familiares e amigos de Larissa Nascimento reunidos em frente ao Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, em Planaltina. A jovem foi vítima de feminicídio, em maio do ano passado, após ser espancada com um taco de beisebol pelo companheiro, João Paulo Moura de Sousa, 23 anos. O rapaz será julgado nesta quinta-feira (17/3).

Os pedidos de justiça pela morte precoce de Larissinha, como era chamada carinhosamente por quem a conhecia, vem acompanhado de saudade, como diz no cartaz “Nós queremos justiça por Larissinha. Infinita saudades”. A jovem, que morreu aos 22 anos, deixou um bebê de 8 meses, na época do crime.

Credito: Arquivo Pessoal. Cidades. Feminicidio.Larissa Nascimento, morta brutalmente pelo companheiro na madrugada deste domingo.
Credito: Arquivo Pessoal. Cidades. Feminicidio.Larissa Nascimento, morta brutalmente pelo companheiro na madrugada deste domingo. (foto: Arquivo Pessoal)

Mãe jovem, Larissa demonstrava o amor pelo filho publicando fotos do pequeno nas redes sociais. Cheia de sonhos, ganhou homenagem de amigos e familiares no Facebook após o ocorrido. “Meu coração está aqui em pedaços, não quero nem acreditar que você se foi, minha irmã”, escreveu o irmão da vítima.

Para os familiares e amigos que aguardavam o julgamento de João na entrada do Fórum, o apelo ia além da justiça pelo feminicídio da jovem. Eles pediam também por um mundo com mais respeito e menos violência contra a mulher, reforçando a necessidade de denúncia. “Uma vida sem violência é direito das mulheres. Não se omita, não se cale”, está escrito em um dos cartazes. No outro, o desejo é o mesmo: “O mundo que a gente quer não tem violência contra a mulher”.

Relembre o caso

Larissa Nascimento foi morta brutalmente pelo companheiro na madrugada do dia 9 de maio. A vítima foi assassinada com golpes de taco de beisebol, no Condomínio Del Lago, no Itapoã. Suspeito de cometer o crime, João Paulo Moura de Sousa foi preso pela Polícia Militar do DF (PMDF) na casa do pai, na Quadra 329 do Itapoã.

Segundo a corporação na época, João já acumulava passagens por crimes praticados com violência contra o patrimônio, além de violência doméstica. As medidas protetivas e a tornozeleira eletrônica haviam sido retiradas há menos de uma semana na época do crime.

Os policiais militares chegaram ao local da ocorrência por volta das 5h, após uma denúncia anônima. Ao entrar na residência indicada pelo informante, a mãe do agressor afirmou que nada havia acontecido. Os PMs insistiram, perguntando sobre uma discussão no decorrer da madrugada, mas a mulher reafirmou que estava tudo bem.

Segundo relatos, quando amanheceu, a mãe, o autor das agressões e um irmão dele ficaram na calçada, conversando sobre o que fazer. O suspeito afirmava que não havia saída, que a mulher estava morta e que não queria ser preso. Por volta das 10h30, os bombeiros chegaram ao local e encontraram o corpo da mulher em cima da cama, em um quarto da casa, já sem vida.

Veja o momento que o acusado, João Paulo Moura de Sousa, chega ao Fórum de Planaltina na manhã desta quinta-feira (17/3):

Veja abaixo como e onde pedir ajuda no Distrito Federal em caso de violência doméstica

Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF).
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: (61) 98626-1197
Site: https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher

Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias
Deam 1: previne, reprime e investiga os crimes praticados contra a mulher em todo o DF, à exceção de Ceilândia
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul.
Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br


Deam 2: previne, reprime e investiga crimes contra a mulher praticados em Ceilândia
Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia
Telefoes: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438

Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Whatsapp: (61) 99656-5008 - Canal 24h

Secretaria da Mulher do DF
Whatsapp: (61) 99415-0635

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Promotorias nas regiões administrativas do DF
https://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/promotorias-de-justica-nas-cidades

Núcleo de Gênero
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 3343-6086 e 3343-9625
E-mail:pro-mulher@mpdft.mp.br

Defensoria Pública do DF
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Endereço: Fórum José Júlio Leal Fagundes, Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, BL 4 Telefones: (061) 3103-1926 / 3103-1928 / 3103-1765
WhatsApp (61) 999359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br
http://www.defensoria.df.gov.br/nucleos-de-assistencia-juridica/

Núcleos do Pró-Vítima
Ceilândia
End.: Shopping Popular de Ceilândia – Espaço na Hora
(61) 9 8314-0620 - Horário: 08:00 às 17:00

Guará
End.: Lúcio Costa QELC Alpendre dos Jovens – Lúcio Costa
(61) 9 8314-0619 - Horário 08:00 às 17:00

Paranoá
End.: Quadra 05, Conjunto 03, Área Especial D – Parque de Obras
(61) 9 8314-0622 - Horário: 08:00 às 17:00

Planaltina
End.: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, 1º Andar, Salas 111/114
(61) 9 8314-0611 /3103-2405 - Horário: 12:00 às 19:00

Recanto das Emas
End.: Estação da Cidadania – Céu das Artes, Quadra 113, Área Especial 01
(61) 9 8314- 0613 - Horário:08:00 às 17:00

Rodoferroviária
End: Estação Rodoferroviária, Ala Norte, Sala 04 – Brasília/DF
(61) 98314-0626 / 2104-4288 / 4289

Itapoã
End.: Praça dos Direitos, Quadra 203 – Del Lago II
(61) 9 8314-0632 - Horário:08:00 às 17:00

Taguatinga
End.: Administração Regional de Taguatinga – Espaço da Mulher – Praça do Relógio
(061) 98314-0631

Site: https://www.sejus.df.gov.br/pro-vitima/

Além disso, a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS), implantou um novo número, o 125, para receber denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes no Distrito Federal. A ligação é gratuita e o serviço é realizado pela Coordenação do Sistema de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente – CISDECA.

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