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Forças de segurança do DF reagem à possibilidade de não terem reajuste

Prazo para conceder recomposição dos vencimentos dos profissionais da área de segurança pública termina nesta sexta-feira. Associações e sindicatos demonstram insatisfação e revolta

O prazo para conceder a recomposição salarial dos integrantes das forças de segurança do Distrito Federal termina nesta sexta-feira (1º/7), mas não há qualquer previsão de reajuste. Com a negativa, representantes de entidades das polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros se posicionaram e demonstraram descontentamento e insatisfação. Desde 2019, os profissionais da segurança não recebem aumento e, pela Lei das Eleições, não é permitido aumentar salários de servidores no período de 180 dias que antecede o fim do mandato do atual governador, no caso, Ibaneis Rocha (MDB).

Em 15 de março, o chefe do Executivo local encaminhou ao governo federal a proposta de reajuste de 10% para as polícias civil e militar e para o Corpo de Bombeiros. No entanto, o planejamento não deslanchou. Em 2018, como promessa de campanha, Ibaneis anunciou a concessão da paridade dos salários de policiais civis aos dos policiais federais, com o mesmo aumento de 37% para as demais forças, o que não foi viabilizado. Agora, a concessão do reajuste fica para o presidente da República, Jair Bolsonaro.

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O coronel Wellington Corsino, presidente da Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada e Reformados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (Assor), classifica a situação como uma falta de respeito para com os profissionais da segurança. Corsino relata que o contato das entidades com o governador deixou a desejar e afirma que, em todas as propostas de reajuste, a entidade apenas analisou e não sugeriu. "Nesse processo de recomposição, só conseguimos falar com o governador depois de conversar com um deputado. No dia, ele recebeu nossas associações, mas disse que iria sair para um compromisso. À noite, soubemos que ele (Ibaneis) havia entregue uma proposta de reajuste somente da Polícia Civil. Um ato desse confirma o desprezo do governador para com os militares", destaca.

Corsino critica a distribuição de recursos e a desvalorização da segurança pública. "Ninguém é contra que se use recursos para a educação e saúde, mas a Secretaria de Segurança Pública passou a ter participação de 50% do montante que era para ser destinado a nós. Só temos o Fundo Constitucional para financiar. O GDF faz uma gestão temerária dos recursos do fundo", pontuou.

Reuniões

Nos últimos dois anos, associações, sindicatos e comandantes das corporações se reuniram com o governador para tratar sobre o reajuste. A última reunião ocorreu em 22 de junho. Presente na reunião, o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo, lembrou as ações do governo e o aumento de 8% já conquistado pela gestão ainda em 2019.

"Essa reunião foi solicitada pelas entidades de classe das forças policiais para verificar o andamento em relação à recomposição salarial, que foi deferida e autorizada pelo governador Ibaneis Rocha e encaminhada à União. Todos os esforços necessários pelo GDF foram feitos dentro do prazo, tanto pelo governador, como pelos comandos e a Secretaria de Segurança Pública", disse na ocasião.

Presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (Amebrasil), o coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira também se posicionou. "Em 2018, o governador se comprometeu a tratar com dignidade e respeito os nossos policiais militares e bombeiros. O que temos visto é um tratamento diferenciado do governo. Os militares merecem ser tratados com respeito, já que entregam as próprias vidas em prol da sociedade", defende.