SEGURANÇA PÚBLICA

Anuário de Segurança Pública traça duro retrato da violência no Brasil

Dados revelam o estado mais violento, o perfil das vítimas e o aumento da violência contra minorias

Aline Gouveia*
postado em 28/06/2022 15:58
 (crédito: Fernando Lopes/CB/D.A Press)
(crédito: Fernando Lopes/CB/D.A Press)

O número de mortes violentas intencionais caiu 6,5 % no Brasil, aponta o anuário de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira (28/06) e realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública referente a 2021. As maiores taxas desse tipo de violência foram registradas no Amapá (53,8%), seguido da Bahia (44,9%), Amazonas (39,1%), Ceará (37%) e Roraima (35,5%). O levantamento constatou que 13 das 30 cidades mais violentas do país estão na Amazônia Legal.

Dos assassinatos ocorridos no Brasil, 77,9% das vítimas são pessoas negras, 50% da faixa etária de 12 a 29 anos e 91, 3% do sexo masculino. O anuário aponta ainda os números de violência sexual: dos 66.020 estupros em 2021, 75,5% eram vulneráveis, incapazes de consentir.

A pesquisa também revela o aumento no número de casos de abandono de incapaz (11,1%), pornografia infanto-juvenil (2,1%) e exploração sexual infantil (7,8%). No total, 2.555 crianças e adolescentes foram assassinados. A violência contra pessoas LGBTQIA+ também registrou aumento.

Aumento no número de licença de armas

O anuário apresenta o crescimento de 473,6% de registros ativos de caçadores, atiradores e colecionadores (CAC) entre 2018 e 2022. No entanto, a cada três armas registradas, uma está irregular. A pesquisa indicou que 1.542.168 armas registradas no Sistema Nacional de Armas estão com o registro expirado.

Outros números do anuário:

  • Redução de 4,9% nas mortes em intervenções policiais; 
  • 190 policiais assassinados em 2021, redução de 12% em relação ao ano anterior; 
  • 27.722 casos de perseguição (stalking); 
  • 8.390 casos de violência psicológica
  • Aumento de 31% nos casos de racismo; e 
  • 203 casos por dia de desaparecimentos nos últimos cinco anos. 

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