Obituário

Despedida: amigos e familiares relembram trajetória de Gilberto Amaral

Sepultamento de Gilberto Amaral foi marcado por comoção e acompanhado por amigos e parentes do jornalista e colunista social, além de políticos e empresários que conheceram o trabalho do mineiro radicado em Brasília

Irlam Rocha Lima
postado em 13/07/2022 22:27
Despedida de Gilberto ocorreu nessa quarta-feira (13/7), no cemitério Campo da Esperança -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Despedida de Gilberto ocorreu nessa quarta-feira (13/7), no cemitério Campo da Esperança - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A emoção tomou conta das pessoas que lotaram a Capela 10 do cemitério Campo da Esperança, nessa quarta-feira (13/7), quando o padre Adriano Scarparo deu início à celebração das exéquias de Gilberto Amaral, radialista, colunista, apresentador de tevê e pioneiro de Brasília. Durante a cerimônia, o Coral da LBV entoou cânticos ecumênicos, incluindo o Pai-Nosso e a Ave-Maria — estes dois últimos com a participação dos parentes e amigos do jornalista.

Gilberto Amaral, que celebraria 88 anos no próximo domingo (17/7), morreu na terça-feira (12/7), no hospital DF Star, onde estava internado havia um mês, após sofrer uma queda em casa. Ele deixa a companheira, Mara Amaral; a filha Bernadette; os filhos Rodrigo e Marcelo; seis netos e uma bisneta. Muito abalada, a esposa do jornalista chegou ao Campo da Esperança momentos após o início do velório, um pouco antes do sepultamento.

Ainda na Capela 10, Bernadette discursou aos presentes e agradeceu por ter tido um pai como Gilberto Amaral. "Tudo o que me ensinou durante a vida, vou levar para sempre. Ele foi um homem muito abençoado e cumpriu a missão aqui, tenho certeza." A filha do jornalista também cumprimentou os presentes em nome da família: "O conforto que vocês estão nos dando neste momento é essencial".

Mineiro de São Sebastião do Paraíso, Gilberto Amaral se tornou amigo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi padrinho de casamento do pioneiro com Mara. O radialista chegou a Brasília antes da inauguração da cidade e fez parte do grupo de trabalho que cuidaria da transferência dos servidores públicos que ocupariam cargos no governo federal.

 

Legado

Entre 3 de novembro de 1975 e 5 de agosto de 2001, o cronista assinou coluna diária no Correio Braziliense. Ele integrou a equipe de TV Brasília, também do grupo Diários Associados, e atuou em outros veículos da capital federal, como o Jornal de Brasília. Enquanto jornalista, Gilberto esteve próximo de políticos de diferentes partidos, inclusive de presidentes da República como José Sarney. 

Ex-senador e ex-ministro das Comunicações, José Pimenta da Veiga, depois de demonstrar muita tristeza pela perda do amigo "de longa data", contou que conheceu Gilberto Amaral em Belo Horizonte, ainda na juventude, durante um bingo na casa do deputado Bias Fortes. "Nós nos tornamos amigos naquela noite, e a amizade se fortaleceu quando vim morar em Brasília", relatou.

Ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda prestou homenagens ao colunista no Campo da Esperança e destacou o pioneirismo de Gilberto Amaral na carreira. "Ele não apenas fez parte da história de Brasília como ajudou a contá-la, no exercício do jornalismo. Era uma homem extremamente simpático, bom orador e conhecia como ninguém as pessoas e a convivência em sociedade", elogiou o político.

Presidente e fundador da Brasal, o pioneiro Osório Adriano, 93 anos, lembrou os 59 anos de amizade com Gilberto Amaral. "Nosso relacionamento foi o melhor possível, era muito forte. Ele só me tratava como 'compadre'. E sempre permanecemos em contato, mesmo que por telefone. Foi um camarada formidável, amigo de todos. Basta ver a quantidade de pessoas que vieram (ao velório para) prestar as últimas homenagens", ressaltou.

Uma das diretoras da Casa Cor Brasília, a empresária Moema Leão ficou consternada pela perda do amigo. "Conheci Gilberto em 1971. Desde então, recebi dele muitas provas de amizade. Como colunista e apresentador de tevê, sempre deu apoio às minhas iniciativas, principalmente à Casa Cor, sobre a qual fez reportagens em diferentes edições", relembrou.

Servidor público aposentado, Afrânio Rodrigues da Cunha Júnior esteve no cemitério Campo da Esperança para se despedir do jornalista. A amizade dele com Gilberto Amaral teve início há 60 anos, em Brasília. "Nós nos encontramos em uma festa na 105 Sul, no apartamento de um político. A partir dali, ficamos muito próximos. A amizade era tão grande que, quando me separei de minha ex-mulher, ele (Gilberto) me convidou para morar na casa dele, no Lago Sul", contou.

Colaborou Arthur de Souza

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação