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Flávia previa acordo entre Ibaneis e Arruda: "Política não é uma ciência exata"

Convidada do CB.Poder desta terça-feira, esposa do ex-governador do DF dizia que os dois lados estavam conversando para formar uma chapa. Acordo foi selado pela noite, com chancela do presidente Jair Bolsonaro

Pablo Giovanni*
postado em 19/07/2022 20:48
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Ibaneis Rocha (MDB) e José Roberto Arruda (PL) firmaram, na noite desta terça-feira (19/7), o acordo para chapa únicaambos estavam empatados na margem de erro na intenção de votos para governador do DF em pesquisa do Diários Associados com a Quaest. Convidada pelo CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, para explicar os próximos passos da eleição, a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) já argumentava no início da tarde que os lados mantinham conversas para se unirem em apenas uma chapa, principalmente porque os dois candidatos ao Buriti são do mesmo lado e apoiarão o nome de Jair Bolsonaro para a reeleição ao Palácio do Planalto.

"A política não é uma ciência exata, e desde o início eu trabalho com diálogo, na construção mais ampla de todos estarmos juntos (Ibaneis e Arruda), que é bom para a cidade. Acredito que esse seja o caminho, em prol do Distrito Federal", disse a parlamentar, para a jornalista Denise Rothenburg, que conduziu a bancada do programa nesta terça-feira.

Ao comentar sobre a decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) em lançar, inicialmente, a chapa com Celina Leão de vice e a ex-ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos Damares Alves, para o Senado, a parlamentar se limitou a dizer que Ibaneis tenha se precipitado no anúncio, mas esclareceu que nunca rompeu o acordo firmado com o chefe do Executivo local. No dia em que anunciou a chapa, o emebedista afirmou que se sentiu “liberado do acordo”.

“Nunca rompemos nada, e nunca nos antecipamos em nada. Sempre mantemos o diálogo, inclusive no dia do anúncio (da chapa de Ibaneis). Talvez pelas circunstâncias daquele dia, daquele momento, tenham levado para um anúncio que talvez tenha sido, não de maneira precipitada, logo que foi conversado entre eles, mas que na política tudo tem volta. Existe uma frase onde diz que a política é que nem nuvem muda a todo momento. Por isso acredito no diálogo”, esclareceu a esposa do ex-governador José Roberto Arruda (PL).

Internamente, mesmo com o rompimento inicial da chapa que deixava Flávia Arruda (PL) como candidata ao Senado pela chapa de Ibaneis Rocha (MDB), ambas as partes deixaram em aberto conversas para retomarem as tratativas do acordo.

Acordo pode melar alianças

Com o acordo firmado entre Ibaneis e Arruda e referendado do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), a possibilidade de diálogo para aliança entre os senadores Reguffe (União Brasil) e Izalci Lucas (PSDB) com o ex-governador do DF tende a ser descartada, logo que ambos os senadores continuam com interesse em se candidatar ao Buriti. A nova composição da chapa tem Ibaneis concorrendo à reeleição, e Arruda como candidato a deputado federal.

Para a jornalista Denise Rothenburg, Flávia Arruda pontuou que no “grande tabuleiro” da política, o ex-governador construiu grandes amizades com Reguffe e Izalci — foi secretário do governo Arruda —, e que os dois candidatos são de campo igualitário ao do presidente Jair Bolsonaro (centro; centro-direita; de direita), podendo compor uma mesma chapa através do diálogo, deixando a eleição com cenário menos indefinido.

“Nós temos nesse cenário político personagens que são amigos, que cresceram, construíram e fizeram política juntos. Muitos fazem parte um dos outros, o Arruda e o próprio senador Reguffe (União Brasil), que já caminhou junto. Nesse grande tabuleiro, temos construções e etapas da vida política. É legítima a colocação de cada um, e vamos ver o que vai se definir mais à frente. Enquanto isso, mantemos todos os diálogos abertos”, disse.

Caminhos descartados

Antes do acordo da chapa desta terça-feira (19/7), Flávia Arruda sinalizava que ela e o marido teriam vários caminhos a percorrer para as eleições, mas que descartariam se unir a partidos de esquerda que disputarão as eleições para o Palácio do Buriti, como a federação partidária entre PT, PV e PCdoB, encabeçada pelo deputado distrital Leandro Grass (PV). “Eu acho que o único caminho que não existe para a gente é a esquerda. Porque somos de um partido liberal, que o presidente da República Jair Bolsonaro faz parte. Não em polarização, não em sectarismo, mas em campos diferentes”, disse.

Assista o CB.Poder na íntegra

*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

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