Sobradinho

Agente da PCDF é algemada e colocada em viatura após confusão em UPA

Discussão entre agente da PCDF e médica começou após a policial se queixar do atendimento ríspido e grosseiro prestado pela profissional de saúde na unidade de Sobradinho 2

Darcianne Diogo
postado em 24/08/2022 23:17 / atualizado em 25/08/2022 22:14
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)

Uma confusão envolvendo uma agente da Polícia Civil do DF (PCDF) e uma médica na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sobradinho 2 acabou na delegacia. A discussão começou após a policial se queixar do atendimento ríspido e grosseiro prestado pela profissional de saúde na unidade. As duas foram conduzidas à 13ª Delegacia de Polícia, onde prestaram depoimento e foram liberadas.

Na manhã de segunda-feira (22/8), a policial chegou à UPA para acompanhar o pai de 72 anos, portador de alzheimer e com suspeita de câncer, que estava internado. Em depoimento, a agente contou que procurou a médica responsável pelo setor para tirar dúvidas a respeito do fornecimento de um laudo da situação clínica do pai. Nesse momento, a agente alega que a profissional teria sido ríspida.

O tumultuo começou após a médica iniciar os atendimentos aos pacientes em cada leito. Segundo a policial, o pai dela estava no leito 10, mas a profissional de saúde só passou até o leito 9 e, depois, saiu para lanchar. Um acompanhante que estava ao lado do leito do pai da agente chegou a comentar: “Você reparou que só seu pai não foi atendido”.

Angustiada, a policial procurou a médica e questionou se ela não iria atender o pai. Ao ser indagada, a mulher respondeu que “existia uma rotina” e teria até às 14h para “fazer isso”. A agente contra-argumentou e pediu empatia. De acordo com o delegado-chefe da 13ª DP, Hudson Maldonado, a médica usou palavras provocativas contra a policial. “Ela perguntou se ela queria um calmante para desestressar ou aferir a pressão para saber se estava desequilibrada”, disse.

Versões conflitantes

Na delegacia, a médica alegou que a agente aumentou o tom de voz e começou a gritar na unidade. Disse ainda que, de fato, perguntou se a mulher queria abrir uma ficha de atendimento e se necessitava de medicação, mas negou ter perguntado se ela estava desequilibrada.

A médica acionou a Polícia Militar e, ao sair da sala, a agente foi informada pelos PMs que seria levada à delegacia. Esposa de um tenente-coronel da PM, a mulher chegou a se apresentar como policial, mas se negou a mostrar a identidade, pois não queria ser tratada de maneira diferente.

A servidora conta que foi algemada e colocada no cubículo da viatura e só foi retirada após um tenente da PMDF comparecer ao local. Após isso, ela foi retirada da viatura. Na delegacia, não ficou constatado desacato por parte da agente, segundo informou o delegado Hudson. “Não tinha testemunhas e, pelo contrário, houve, sim, uma má vontade da médica no atendimento. Fiz o encaminhamento à Corregedoria da PCDF e ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges)”, ressaltou.

O que diz o Iges-DF?

Em nota, o instituto destacou que, após avaliação preliminar da situação ocorrida, a médica da unidade agiu dentro de sua "condição de cidadã". "Cabe esclarecer com a Polícia Militar o motivo da condução da agente da PCDF à delegacia. Cabe ainda esclarecer a condição em que as partes prestaram depoimento. O IGESDF lamenta o ocorrido, mas externa o seu apoio à atitude de sua colaboradora, prestando o auxílio necessário", frisou. 

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