Saúde

Falta de médicos enche filas da UPA de Ceilândia Norte

Durante todo o dia, apenas um médico clínico estava disponível para atender uma média de 40 pacientes

Paulo Martins*
postado em 20/05/2022 22:53 / atualizado em 20/05/2022 23:29
 (crédito:  Carlos Vieira/CB)
(crédito: Carlos Vieira/CB)

Esta sexta-feira (20/5) foi caótica na UPA de Ceilândia Norte. Durante todo o dia, apenas um médico clínico estava disponível para atender uma média de 40 pacientes, que ficaram parados na recepção da unidade.

Desde cedo, os pacientes compareceram ao centro médico, superlotado pelo atendimento solitário do médico da unidade. Durante o dia, a impaciência transpassou às redes sociais, onde uma paciente escreveu, em postagem: "UPA da Ceilândia com 100 pessoas e um médico atendendo: que caos".

De acordo com um dos seguranças do local, o contingente costuma ser de dois a três médicos, diariamente. A escala diária determinava que quatro médicos deveriam estar a serviço, incluindo uma divisão esclarecida em um quadro nos guichês de recepção.

  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Carlos Vieira/CB
  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Carlos Vieira/CB
  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Carlos Vieira/CB
  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Carlos Vieira/CB
  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Carlos Vieira/CB
  • 20/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - UPA de Ceilandia com demora no atendimento. Na Foto Cristiane Gomes Carlos Vieira/CB

A aglomeração também era um risco. Durante o dia, como estima o servidor público Raimundo Nonato Pereira Soares, 51 anos, havia 40 pessoas juntas na recepção. Sentadas e em pé. Raimundo, por exemplo, estava na unidade desde às 11h. "Passei a semana tossindo, com dor de cabeça e nas costas. Sigo aguardando. Pretendo esperar até às 20, mas deveria ter ido embora", afirma.

A vendedora Cristiane Gomes Araújo, 39 anos, também perdeu o dia de trabalho na fila da UPA. Desde às 9h aguardando, ela conta sobre a preferência no atendimento. "Após a triagem esvazia um pouco, mas toda hora chega gente, principalmente idosos, e eles passam à frente por ser prioridade. Precisei vir porque tive um ataque de sinusite e como trabalho com vendas externas, não posso pegar essa friagem que faz agora. Imagino que eu ainda esteja longe de ser atendida, porque me colocaram uma pulseira verde. Ainda estou sem almoçar", relata.

Uma lista de organização foi elaborada pouco depois da chegada da equipe de reportagem. No entanto, mais pessoas chegavam e outras desistiam na mesma proporção, mantendo cheia a capacidade da recepção da UPA.

A enfermeira responsável pela distribuição médica, que não se identificou, disse não saber a situação. "Não sei se foi por falta ou abono, mas só há um médico responsável", declara. A coordenação não estava presente, segundo a enfermeira: "Eles atendem apenas em horário comercial."

O Correio procurou o Instituto de Gestão Estratégia de Saúde (Iges-DF), responsável pelas UPAs do DF, para esclarecimentos. Até a última atualização desta matéria, a reportagem não havia recebido retorno. 

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

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