O preso acusado de assassinar o motoboy Geovane Reges Barbosa, 21 anos, em Águas Lindas (GO), Weberth da Silva Alves também é investigado pela morte do membro do Comando Vermelho Randerson Silva Carmo, 24, decapitado após ser submetido a um “tribunal do crime”, em julho do ano passado. À época, o Correio revelou com exclusividade os detalhes do crime que gerou repercussão e polêmica no DF e no Entorno.
Faccionado do Primeiro Comando da Capital (PCC), Weberth tem envolvimento em, pelo menos, outros quatro homicídios cometidos em Águas Lindas. Ele foi preso em julho pela Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) dentro de um ônibus, em Araguari (MG), enquanto se preparava para fugir para São Paulo. Segundo as investigações, o autor foi o responsável por armar uma emboscada para assassinar Geovane. Por meio de uma ligação, ele convidou o jovem para tocar numa festa em Padre Lúcio (GO), mas, antes, eles deveriam se encontrar numa casa. “Na verdade, não houve evento algum. Assim que o Geovane chegou na residência, recebeu um golpe de mata leão e foi estrangulado”, detalhou o delegado à frente do caso, Vinícius Máximo, da Delegacia de Águas Lindas.
O homicida contou com o apoio de outros três comparsas para praticar o crime. Dois deles, um maior de idade e um adolescente, também membros do PCC, foram capturados. O outro, identificado como Lucas Campos de Araújo, 25, segue foragido e teve a foto divulgada pela Polícia Civil. De acordo com a apuração policial, após matarem Geovane, os criminosos pegaram o carro de Geovane e seguiram em direção a uma festa no Setor Norte de Brazlândia. Depois, tiraram o som do veículo e esconderam na casa do pai de um dos autores. O corpo do jovem foi localizado carbonizado na tarde de 21 de abril em uma área de mata do município goiano.
Com a prisão dos dois autores e a apreensão do adolescente, a polícia concluiu que o homicídio teria sido motivado por uma rixa por pontos de drogas entre o CV e o PCC. Na delegacia, um dos autores alegou que Geovane era membro da facção carioca.
Passagens
Weberth também é suspeito de participar da morte de Randerson Carmo. O membro do CV foi submetido a um “tribunal do crime”, que durou mais de 10 horas, e resultou na sentença de morte.
À época, a PCGO prendeu dois dos quatro envolvidos no homicídio. Um acabou morto ao entrar em confronto com policiais militares, e o outro foragido tratava-se de Weberth, mais conhecido como “Zoio”. As investigações constataram que o grupo marcou de buscar a vítima numa padaria de Águas Lindas. De lá, eles seguiram de carro para uma casa em Ceilândia, onde deu início uma longa sessão de julgamento, sob acusação de agir para tomar o ponto de tráfico comandado pelo PCC: a Praça Santa Lúcia.
Em depoimento, Francisco contou que cerca de 100 membros do PCC participaram do julgamento e a maioria votou pela execução. Dada a ordem do assassinato, os líderes da facção ordenaram aos “encarregados” que decapitassem Randerson e jogassem a cabeça na praça. A vítima foi espancada e esfaqueada com golpes de tesoura. O passo a passo do crime foi filmado e o vídeo circulou nas redes sociais.
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