Feminicídio

Dor e sofrimento durante despedida de vítima de feminicídio no Itapoã

Patrícia Silva Vieira Rufino, 40 anos, foi morta pelo ex-companheiro no último sábado (17/9), no Itapoã. O enterro ocorre na manhã desta segunda (19/9)

Júlia Eleutério
postado em 19/09/2022 11:09 / atualizado em 19/09/2022 11:09
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Choro e tristeza permearam o enterro de Patrícia Silva Vieira Rufino, 40 anos, na manhã nublada desta segunda-feira (19/9). Vítima de feminicídio no sábado (17/9) a brigadista foi velada por familiares e amigos no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A mulher foi atacada pelo ex-companheiro diante dos filhos, no Itapoã.

Irmão mais velho de Patrícia, Arthur Silva Pinto contou que a irmã era uma pessoa maravilhosa e sonhava em dar uma vida melhor para os filhos. "Ela era uma pessoa muito carinhosa, muito querida pela família e pelos amigos. Era uma pessoa tranquila e muito pacificadora, calma e quieta. Uma guerreira", disse. A vítima era a terceira de sete irmãos, sendo dois homens e cinco mulheres.

Com camisas com a foto da vítima e a palavra "saudades", os parentes se lamentavam e choravam muito com a partida repentina. Segundo o irmão, Patrícia já havia denunciado o ex-companheiro Cleiton Rogério Pereira Costa, 46 anos. Eles teriam ficado juntos por cerca de 17 anos, de acordo com a filha mais velha do casal, e estavam separados há três anos.

O casal tinha quatro filhos. O feminicídio ocorreu durante uma discussão entre a brigadista e o ex. Os filhos mais novos do casal, de 8 e 11 anos, estavam em casa e viram o momento em que o pai arrancou a pia da cozinha e espancou Patrícia com pedaços de porcelana.

Muito emocionados, um dos filhos mais velhos e uma das filhas, que presenciou o fato, precisarem ser amparados pelos familiares. Uma parente da vítima passou mal e precisou de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar do DF.

Cleiton Rogério tentou fugir logo após cometer o crime, mas foi detido por populares e por pouco não acabou linchado. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que investiga o caso.

Em nota, o Colégio Coc Lago Norte, onde Patrícia trabalhou, manifestou profundo pesar pela morte da ex-funcionária. A brigadista prestou serviços na instituição entre fevereiro de 2017 e outubro de 2018. "O colégio se solidariza com os familiares e amigos de Patrícia Rufino neste momento de dor", ressaltou a nota.

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