Eleições 2022

Na reta final das eleições, candidatos vão à caça de votos nas ruas

Candidatos ao Palácio do Buriti correm para angariar os votos dos indecisos em busca de vaga em possível segundo turno

Naum Giló
postado em 28/09/2022 06:00
 (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

A poucos dias do primeiro turno das eleições, os candidatos ao governo do Distrito Federal intensificam os esforços de campanha pelo comando do Executivo distrital. Com o atual governador e candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB) na primeira posição das pesquisas de intenção de voto, o crescimento dos adversários nas últimas semanas não permite cravar se a disputa terá ou não um segundo turno, ou mesmo quem será o oponente a levar a definição do comando do DF para o dia 31 de outubro.

Nesse cenário, a conversão dos 38,6% de eleitores indecisos ou que votam em branco, segundo a pesquisa Correio/Opinião, podem reconfigurar a corrida ao Palácio do Buriti. Coordenações de campanha e políticos redobram a atenção, prolongam agendas e reavaliam estratégias para conquistar esses eleitores. O Correio falou com candidatos e equipes de campanha para saber como será a reta final da disputa pelo governo do DF.

Contato direto

O candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB) afirma que o momento é de confiança. Ele acredita que as obras de seu mandato o credenciam com os eleitores, embora reconheça que não possa "dar como garantido o pleito". O político diz que o esforço está concentrado nas campanhas on-line e off-line. Ele antecipa que vai continuar com as visitas presenciais às comunidades, mas sem descuidar da mobilização nas redes sociais. "É um instrumento que está nas mãos das pessoas, em todos os momentos. Vamos usar os dois canais (redes sociais e televisão)."

Sobre as regiões administrativas, Ibaneis conta que não tem como priorizar uma ou outra, porque cada cidade tem suas peculiaridades e carências.

Por outro lado, a campanha de Paulo Octávio (PSD), um dos possíveis adversários num eventual segundo turno, informa que a grande aposta é na agenda presencial, em pontos de grande concentração popular, como feiras e rodoviárias, para conversar com eleitores indecisos e expor os planos de governo. O olho no olho com a população é em ritmo de maratona, pois de acordo com a equipe, o candidato visita quatro cidades por dia.

O aumento da presença nas redes sociais e a propaganda televisiva num tom mais incisivo, mostrando a situação atual dos serviços públicos prestados à população, pode ser o passo que faltava para cativar novos eleitores, acredita a campanha. O último programa de PO, segundo a equipe, vai ser em clima de agradecimento e esperança.

Locais estratégicos

Hélio Doyle, coordenador de campanha de Leandro Grass, da federação PT-PV-PCdoB, também considera que o mais importante nesta fase final é o contato pessoal, tanto entre eleitores e militantes quanto diretamente com o candidato, que tem um alcance limitado. "É muito importante a presença física do candidato em determinados locais, principalmente aqueles de maior aglomeração. Então, os militantes devem virar votos e o candidato circular bastante, mostrar a presença dele", explica o coordenador.

Doyle também revelou que nos últimos 10 dias a campanha do candidato do PV tem investido mais em regiões onde havia menos intenções de voto nele. "Porque o problema do Leandro Grass sempre foi o desconhecimento. Ele entrou numa campanha confrontando um governador, dois senadores e um empresário que tem o nome na cidade inteira, então ele entrou numa desvantagem muito grande", explica Hélio, que adiantou que o postulante deve circular por todo o DF até o fim da semana e que os últimos programas de TV devem ser menos propositivos e mais otimistas e festivos.

A senadora Leila do Vôlei (PDT) também aposta em atividades presenciais nos últimos dias antes do 2 de outubro. "Esse contato com a população nas ruas é tanto para mostrar as minhas propostas de governo, quanto prestar contas do que eu fiz como senadora e ouvir as demandas dos eleitores", destaca Leila, sem entrar em mais detalhes das estratégias na iminência do dia da votação.

Visibilidade

Com longa trajetória política, o senador Izalci Lucas (PSDB) vai na contramão dos adversários e vai focar nos meios de comunicação, com entrevistas concedidas em sabatinas, emissoras de rádio, televisão e redes sociais. Embora considere a campanha nas ruas importante, ele diz que na mídia o alcance é maior. "Você não consegue, nessa semana final, ir para todos os lugares. Não adianta sair só cumprimentando as pessoas se não temos tempo de conversar com elas e convencê-las. O eleitor gosta de conversar diretamente com o candidato, mas, nessa reta final, é preciso intensificar porque ainda tem muita gente indecisa", avalia o postulante.

A respeito do público alvo, o senador deu destaque aos servidores públicos, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, trabalhadores da saúde e da educação e a população jovem, que vem enfrentando o problema do desemprego.

O candidato pelo PTB, Coronel Moreno, diz que o foco daqui em diante é a atuação com as populações mais carentes, de regiões como Sol Nascente, Pôr do Sol, Estrutural e Itapuã. "Esses últimos dias serão marcados pela intensificação da minha campanha nas ruas, com a comunidade, em paralelo com divulgação e impulsionamento nas redes sociais das minhas propostas, além de manter os programas de TV conforme a legislação eleitoral em vigor", conta o Coronel.

 

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