ELEIÇÕES 2022

Federal eleito pelo Republicanos defende manutenção do orçamento secreto

Gilvan Máximo argumentou que não há "nada de secreto" sobre repasses. Emendas de relator ficaram conhecidas assim porque permitem que recursos sejam destinados por parlamentares sem transparência

Ana Isabel Mansur
postado em 11/10/2022 16:50
Ex-secretário de Ibaneis acredita na reeleição de Bolsonaro.
Ex-secretário de Ibaneis acredita na reeleição de Bolsonaro. "É o presidente que está dando certo, a corrupção foi estancada e está zero" - (crédito: Mariana Lins/ESP.CB )

O deputado federal eleito em 2 de outubro Gilvan Máximo (Republicanos) afirmou que não há "nada de secreto" sobre o orçamento secreto. A afirmação foi feita durante entrevista ao CB.Poder — programa do Correio e da TV Brasília — na tarde desta terça-feira (11/10). Máximo recebeu apoio de 20,9 mil brasilienses e emplacou uma das cadeiras do Distrito Federal na Câmara dos Deputados, embora tenha sido o federal do DF menos votado destas eleições.

À jornalista Denise Rothenburg, ele justificou os repasses feitos diretamente aos parlamentares porque "estão dando certo e chegando à população." Questionado sobre o fim da medida caso o ex-presidente Lula (PT) chegue ao Palácio do Planalto no ano que vem, o ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Ibaneis Rocha (MDB) destacou que "haverá uma crise."

"Não tem nada de secreto porque é publicado no Diário Oficial. O importante é que essas emendas estão chegando na população, principalmente na saúde. As prefeituras estavam quebradas, não tinham como dar manutenção. Esse dinheiro equivale a praticamente nada do orçamento da União e faz uma diferença danada na vida das pessoas. Não tem como mudar isso, tem que continuar assim. Desvios sempre existiram e vão existir. Tem que punir os culpados. Acho que tudo dá para ser aperfeiçoado. Vai ter crise na área da saúde, principalmente, não vai ter como tirar, eu duvido que ele (Lula) tire. Primeiro, porque não vai ganhar", defendeu, ao afirmar que acredita na reeleição de Jair Bolsonaro (PL). "É o presidente que está dando certo, a corrupção foi estancada e está zero."

Criadas em 2019 e implementadas em 2020, as chamadas emendas de relator do Orçamento ficaram conhecidas como “orçamento secreto” por permitirem que parlamentares destinem recursos diretamente dos cofres da União sem que haja transparência. Ao não especificar nomes, limites e o destino, o mecanismo facilita, na prática, os casos de corrupção. Em novembro de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a suspender os repasses, mas voltou atrás e pediu mais transparência na execução das verbas.

Sobre o mandato no Congresso Nacional, Máximo destacou que vai trabalhar pela instalação da energia fotovoltaica (solar) no Brasil, como estratégia para acabar com a miséria. "Temos de colocar placas de energia solar em, pelo menos, 10 milhões de casas. Se fizermos isso, com a chapa do fogão elétrico, por indução, a gente zera a (conta de) energia e a de gás e eliminamos a miséria no Brasil. As famílias vão poder comer e se vestir melhor. Isso é politica pública na veia, na ponta."

O deputado eleito adiantou que o Republicanos vai defender a reeleição de Arthur Lira como presidente da Câmara dos Deputados na próxima legislatura. "Foi um grande presidente. É muito amigo do nosso presidente nacional, (o deputado federal por SP) Marcos Pereira. É um trator para trabalhar e tem ajudado muito em todas as pautas positivas para o governo. Ajudou muito o presidente Bolsonaro a conduzir, nos dois últimos anos, a presidência da República."

O ex-secretário também defendeu a transferência da sede da Petrobras do Rio de Janeiro para Brasília. "O Caio (Caio Mário Paes de Andrade), presidente atual, é meu amigo. Ele mora aqui (em Brasília) e está despachando daqui. Brasília está aqui para isso, acolher o governo federal. Não justifica a Petrobras estar no Rio e o presidente da República aqui", argumentou.

Confira a entrevista na íntegra.

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