Saúde

Pai de bebê que nasceu em banheiro do hospital e caiu no chão: "Revoltante"

O pai do bebê, Antonio Marcos, disse ao Correio que a família está muito abalada com o ocorrido. O exame de raio-x e ecografia transfontanelar, de acordo com os médicos, não apontaram nenhuma alteração por conta da queda do bebê

Edis Henrique Peres
postado em 19/10/2022 11:30 / atualizado em 19/10/2022 11:31
 (crédito: Arquivo cedido ao Correio)
(crédito: Arquivo cedido ao Correio)

Revoltados, os pais de Antony Gabriel Filho Barros Feitosa, bebê que nasceu na última sexta-feira (14/10) no banheiro do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), caiu e bateu a cabeça no chão, aguardam o resultado de uma tomografia para confirmar o bem-estar do recém-nascido. 

Antonio Marcos Alves, 37 anos, pai da criança, relatou que o bebê, depois que caiu, chegou a ficar cerca de um minuto desmaiado, sem reação. “Minha esposa veio para o hospital por volta de 15h, mas foi internada somente às 18h e pouco (sic). Eu ainda estava no serviço e vim correndo para cá (Hmib). Cheguei quase 20h, e nesse horário ela já estava bem debilitada, gritando, chamando atendimento médico”, relata.

O esposo de Suzana Maria Feitosa, de 36 anos, diz que a médica passou cerca de três vezes para olhar a gestante e disse que ela estava bem. “A minha esposa tem arritmia cardíaca desde criança, então toda a gestação dela foi complicada. Por isso que viemos ao Hmib. E nas vezes que a médica veio foi apenas para medir a pressão, ela fez um exame de toque e depois disse que o bebê ainda não ia nascer com o tanto de dilatação, que ela tinha outros pacientes para atender e não podia fazer o exame toda hora. É revoltante”, alega o marido de Suzana.

Os médicos orientaram Suzana a tomar um banho quente para amenizar a dor das contrações. “Mas ela não aguentava nem colocar o pé no chão de tanta dor. Eu e uma companheira de quarto conseguimos levantar ela e levar para o banheiro. Neste momento, a bolsa se rompeu e ela falou que o menino ia nascer. Trazemos uma cadeira de banho, e quando ela sentou, o menino vazou por baixo da cadeira, bateu a cabeça no chão e rolou. E minha esposa teve hemorragia e começou a tremer”, detalha.

  • A mãe do bebê se sentou na cadeira de banho, devido a dor, quando o bebê caiu no chão pelo vão do assento. Arquivo cedido ao Correio
  • Pai de bebê que nasceu em hospital mostra hematoma na cabeça de criança Arquivo cedido ao Correio

Depois do nascimento de Antony, os médicos levaram o bebê e começaram a a dar os primeiros socorros e a fazer exames. Antonio e Suzana ainda temem pela saúde da criança e, na manhã desta quarta-feira (19/10), aguardam novas avaliações médicas. Suzana segue com um pouco de hemorragia, mas, se  recupera bem, segundo Antonio. “O problema é que meu filho chora mais que as outras crianças. E ele está com um hematoma na cabeça”, detalha.

O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

“Todo o cuidado e atenção”

Questionada sobre o fato, a Secretaria de Saúde detalhou que a mãe foi internada no Centro Obstétrico às 15h e foi acompanhada de perto pela equipe médica de plantão. “Às 16h45 foi realizado exame de avaliação do bem-estar fetal, chamado cardiotocografia. Às 18h52, a paciente voltou a ser reavaliada com 4 cm de dilatação. Depois, novas avaliações foram feitas às 19h34, 20h41 e 20h52, quando foi observada dilatação de 5 cm”, diz a nota.

O texto também esclarece que o banho quente é comum dentro das práticas obstétricas, e “faz parte de um grupo de medidas chamadas Alívio Não Farmacológico da Dor durante o Trabalho de Parto”. A pasta assegura que a equipe médica respondeu prontamente e a pediatra do Hmib avaliou o estado de saúde do bebê, após o parto. Ele estava ativo e chorando.

“Mãe e criança receberam todo o cuidado e atenção devido às condições do nascimento e seguem internados, sob cuidados da equipe de obstetras e neonatologistas do Hmib. Por fim, nenhum dos exames clínicos realizados no bebê apontaram sinais de complicações devido ao trauma. Ainda assim, o recém-nascido foi submetido ao raio-x de crânio, e ecografia transfontanelar (exame de ecografia do cérebro) que não apontaram alterações. Antes da alta médica, ele será avaliado por um neurologista”, finaliza o texto.

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