Violência

Mulher de Gengis Keyne tem histórico de atrasos no pagamento de aluguel

Levantamento exclusivo realizado pelo Correio, aponta que a esposa de Gengis responde ao menos a dois processos de atrasos em pagamento na justiça. Supostamente, motivo de espancamento do ex-líder da gangue Falange Satânica, foi devido ao atraso no pagamento

Edis Henrique Peres
postado em 19/10/2022 08:08
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Um levantamento exclusivo realizado pelo Correio aponta que a companheira de Gengis Keyne Braga Barcelos de Brito, de 47 anos, responde na Justiça a pelo menos dois processos por atraso no pagamento de aluguel. Um dos últimos registros é de um apartamento na Asa Sul no valor de R$ 1,5 mil. No entanto, após sucessivos meses de atraso, a dívida acumulou em R$ 9.063,95. Na época, a proprietária pediu o despejo da companheira do ex-líder da gangue Falange Satânica.

Gengis voltou ao noticiário após ser espancado no último domingo, no apartamento em que vivia com a companheira, na Vila Planalto. O homem é conhecido na capital pelo assassinato brutal de Marco Antônio de Velasco, de 16 anos, em agosto de 1993. Na época, Marcos foi espancado por mais de 10 membros da gangue de Gengis, na 316 Norte. Pelo crime, Gengis foi condenado a 21 anos de prisão. No entanto, acumulou outras passagens pela polícia ao longo dos anos, como estelionato, falsidade ideológica e violência contra a mulher.

A reportagem buscou o posicionamento de Gengis, mas não obteve retorno. Em nota, contudo, a defesa da companheira do bacharel em direito destacou que a mulher é uma "vítima da situação". "O ex-marido dela está com ordem de prisão devido ao não pagamento de pensão. Ele está foragido, devendo mais de cinco meses e causando um enorme prejuízo às finanças (da companheira do Gengis). O caso é considerado abandono de incapaz, porque ele (ex-marido) não paga a pensão do filho nem ajuda na alimentação ou vestimenta do menino. Por isso a minha cliente não está conseguindo pagar o aluguel, devido à falta de auxílio do ex-marido", detalha Ricardo Vasconcellos.

Segundo o advogado, os proprietários do prédio queriam tirar a mulher do apartamento. "(Mas) não é assim que funciona: só tira uma pessoa da propriedade se tiver com ordem judicial. Se está com débito, entra na justiça para o pagamento desses valores. No entanto, mais de 10 pessoas foram lá (no apartamento do casal) para retirá-los a força", diz o advogado.

Alta hospitalar

Na tarde de ontem, Gengis recebeu alta do Hospital de Base. Segundo a companheira de Gengis, ele foi espancado com pedaços de madeira, teve fraturas em sete costelas, lesões no tórax e joelho e diversos hematomas pelo rosto. Agora, o homem fará tratamento ortopédico para tratar as lesões.

Gengis tinha registrado no próprio CPF uma boutique de roupas no Lago Norte, indicada como ainda ativa pela Receita Federal. Na última segunda-feira, o Correio visitou o endereço, no entanto, a quadra é residencial e um dos familiares de Gengis que moram no local alegou que nunca funcionou uma loja de roupas na residência. O morador chegou a contar que Gengis estava bem, mas se recusou a passar outras declarações sobre o caso.

O endereço é o mesmo que, em março de 2008, quando cumpria pena em regime domiciliar, Gengis foi flagrado com 246,5kg de maconha e 0,73g de haxixe. A droga estava escondida dentro do carro do ex-líder da gangue e, segundo relatos policiais da época, ele ainda tentou fugir a pé e resistiu à abordagem dos agentes.

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