Investigação

Polícia descarta suicídio em caso de médica encontrada morta em hospital

Laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) de Goiás obtido pelo Correio em primeira mão revela que a jovem morreu em decorrência de insuficiência respiratória aguda causada pelo uso de medicamentos

Darcianne Diogo
postado em 20/10/2022 18:47 / atualizado em 20/10/2022 18:47
 (crédito: Redes sociais)
(crédito: Redes sociais)

A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) descartou a hipótese de que a médica Jayda Bento de Souza, 26 anos, encontrada morta dentro do banheiro de um alojamento do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (Heelj), em Pirenópolis, em junho, tenha tirado a própria vida. Laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) obtido pelo Correio em primeira mão revela que a jovem morreu em decorrência de insuficiência respiratória aguda causada pelo uso de medicamentos.

Jayda foi encontrada morta por amigos do hospital, que desconfiaram do sumiço dela. A médica deveria assumir o plantão na unidade de saúde em 25 de junho, mas não apareceu. Os colegas, então, saíram para procurá-la e foram até o alojamento, onde escutaram um som de água caindo. Quando arrombaram a porta, encontraram Jayda sem vida. Ao lado do corpo da profissional de saúde havia uma seringa e uma substância.

Os peritos concluíram que se tratava de Midazolam (sedativo), Zolpidem (indicado para tratamento de insônia) e Quetiapina (usada para tratar transtornos mentais). “Não há dúvidas de que houve um acidente. Ela fez uso espontâneo das substâncias, mas sem imaginar que aqueles produtos causariam sua morte”, afirmou o delegado à frente do caso, Tibério Martins.

Ao longo dos meses de investigação, a PCGO ouviu sete pessoas, incluindo algumas que trabalhavam com Jayda e familiares. Segundo o delegado, não é possível afirmar se a médica tinha o hábito de fazer uso dessas substâncias. “Esse tipo de medicamento está disponível nos hospitais para procedimentos de sedação, como endoscopia. Ela, como médica, tinha familiaridade. Mas não temos elementos concretos e ninguém falou algo sobre a vítima ingerir esses remédios”, disse.

À época, o hospital se manifestou por nota e afirmou que Jayda cumpria o segundo plantão na unidade desde que foi contratada para a função de plantonista em clínica médica. “Não procede a informação de que ela estaria sob carga excessiva de trabalho na unidade. Assim que o óbito foi constatado, a direção do Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime (HEELJ) comunicou imediatamente o fato às autoridades policiais e ao IML, que, desde então, passaram a investigar o ocorrido [...]”, apontou a nota.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação