Eleições 2022

Após fim do segundo turno, Ibaneis se coloca "à disposição" de Lula

Apesar de ter declarado apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) durante toda a campanha, inclusive no segundo turno, o governador do DF afirmou que fara de tudo para "uma convivência harmônica" com o presidente eleito

Edis Henrique Peres
Carlos Silva*
Arthur de Souza
postado em 31/10/2022 00:04 / atualizado em 31/10/2022 10:37
Ibaneis Rocha (MDB) votou na Escola Francesa, no Lago Sul -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)
Ibaneis Rocha (MDB) votou na Escola Francesa, no Lago Sul - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press)

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, cresce a expectativa entre os brasilienses de sobre como será o relacionamento do Governo do Distrito Federal (GDF) com o novo chefe do Palácio do Planalto. Reeleito na capital do país, Ibaneis Rocha (MDB) sempre deixou claro o apoio a Jair Bolsonaro (PL).

mapa df presidente
mapa df presidente (foto: editoria de arte)

Ao votar na manhã desse domingo (31/10), o governador declarou que acreditava na virada de Bolsonaro. No entanto, depois que o resultado positivo a favor de Lula foi confirmado, Ibaneis preferiu amenizar a disputa político-partidária. Por meio de uma declaração na Agência Brasília — replicada em na conta oficial do chefe do Executo local no Twitter — ele disse estar certo de que o Brasil saiu mais forte das urnas. "Desejo sorte ao mesmo (Lula), a quem me coloco à disposição para trabalhar ao seu lado", frisou.

Para Ibaneis, esse é o momento de colocar as diferenças de lado. "(Isso) porque os desafios são imensos e só a união de todos os eleitos pode solucionar os muitos problemas que se apresentarão a partir de janeiro", considera. "Como governador reeleito, farei de tudo para que tenhamos — e tenho certeza que teremos — uma convivência harmônica para que possamos governar para todos", afirmou na publicação.

Avaliação

Professor e presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles prevê que a relação do governador Ibaneis Rocha (MDB) com Lula (PT), após o chefe do Buriti ter apoiado Bolsonaro, não deve ser marcado por atrito. "(Ibaneis) mostrou uma postura bastante legalista em relação à garantia do resultado das urnas. Isso, sem dúvida nenhuma, não será esquecido pelo presidente Lula na hora de travar as relações institucionais tão necessárias entre o governo federal e o governo do Distrito Federal", considera.

O especialista pondera que, mesmo que Ibaneis reforce em seus discursos que a união será o foco do seu governo — apesar de qualquer resultado nas eleições presidenciais — a expectativa é de que ocorra um embate entre as duas partes.

Crescimento

No Distrito Federal, neste segundo turno Jair Bolsonaro (PL) recebeu 1.041.200 votos, o que corresponde a 58,81%. No primeiro turno, ele conquistou 910.397 eleitores, representando 51,65%. Aumentando o número de apoiadores em 130.803 ou 7,16%. Lula (PT) também cresceu, mas menos, 4,34%, com 79.636 votos a mais do que no primeiro turno, quando teve 649.534 (36,85%). O petista terminou o segundo turno em Brasília com 729.170 eleitores (41,19%). Em todas as regiões administrativas, o atual presidente venceu, exceto na Asa Norte, repetindo o que havia acontecido no primeiro turno das eleições.

Renato Meirelles explica que o DF, como uma das entidades federativas mais ricas do país e com forte atuação da primeira-dama Michelle Bolsonaro, reflete, consequentemente, o protagonismo de Bolsonaro. "O termômetro passado no primeiro turno deu força à ampla vantagem do atual presidente, já que o Congresso ficará mais conservador a partir do ano que vem, quando se inicia o mandato dos 594 deputados eleitos", pondera

*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho

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