Homicídio

PCDF vai investigar assassinato de bombeiro baleado por soldado da PM

O militar acusado de efetuar o disparo não se apresentou à delegacia, mas, sim, na Corregedoria. No entanto, o Correio apurou que a Polícia Civil vai requisitar para que o caso seja apurado como homicídio pela 24ª DP (Setor O)

Darcianne Diogo
postado em 11/11/2022 23:50 / atualizado em 11/11/2022 23:51
Walter será sepultado neste sábado. Ele deixa a esposa e quatro filhos -  (crédito: Reprodução)
Walter será sepultado neste sábado. Ele deixa a esposa e quatro filhos - (crédito: Reprodução)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai instaurar um inquérito para apurar o assassinato do bombeiro Walter Leite Cruz, 38 anos. Ele morto ao ser baleado no pescoço dentro da própria casa, na QNO 6, no Setor O, em Ceilândia, por um tiro disparado pela arma de um soldado da Polícia Militar, na última quinta-feira (10/11). Ao Correio, o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia, Raphael Seixas, adiantou que o caso será investigado como homicídio. O segundo sargento será sepultado na manhã deste sábado (12/11), no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga.

O disparo acertou o pescoço do segundo sargento, que chegou a ser levado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O bombeiro estava dentro de casa, na QNO 6, em Ceilândia, na companhia da mulher, no momento em que teve a casa invadida por um homem. O rapaz, que não teve a identidade revelada, fugia da PM ao ser acusado de tentar matar a esposa em uma outra residência, distante poucos metros. Na fuga, ele subiu pelos telhados dos imóveis e entrou na casa de Walter.

Bombeiro estava em casa, na QNO 6, no Setor O, em Ceilândia, quando foi alvejado pelo policial militar
Bombeiro estava em casa, na QNO 6, no Setor O, em Ceilândia, quando foi alvejado pelo policial militar (foto: Ana Maria Pol/CB/DA Press)

A princípio, em torno de três a quatro policiais perseguiam o fugitivo e ingressaram na casa do bombeiro para capturá-lo A polícia ainda não sabe dizer em qual momento foi efetuado o disparo, mas constatou que o tiro partiu da arma de um dos PMs, uma vez que o suspeito de violência doméstica não portava arma. O Correio apurou que o militar é um soldado, chamado de Coutinho e aprovado no último concurso da corporação. Walter foi levado ao hospital em estado grave e inconsciente, mas faleceu. Já o homem acusado de agredir a mulher foi preso e levado à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II).

Após o homicídio, o soldado se apresentou à Corregedoria da PMDF e evitou prestar depoimento na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro), que é a Central de Flagrantes. Contudo, de acordo com o delegado Raphael Seixas, não trata-se de um crime militar e deverá ser apurado na 24ª DP. “Caso ele (soldado) tenha mesmo se apresentado à Corregedoria, vamos requisitar para que o caso seja apurado aqui”, ressaltou. Nos próximos dias, a PCDF deve colher o depoimento da mulher de Walter, que testemunhou o crime, além do soldado, dos superiores e dos outros policiais à frente da ocorrência.

Walter era lotado no lotado no 7° Grupamento de Bombeiro Militar, em Brazlândia. Em nota, o Corpo de Bombeiros lamentou a morte do militar. "A todos os familiares e amigos, os nossos mais sinceros sentimentos", diz um trecho do comunicado do CBMDF. O velório ocorrerá neste sábado, às 10h, na Paróquia Imaculada Conceição, em Taguatinga Norte. Logo após a missa, os presentes vão se deslocar ao cemitério da região para o sepultamento.

Newsletter

Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação