Atos antidemocráticos

Futuro de esposa de Anderson Torres será decidido por líder do governo na CLDF

Flávia Torres, que exerce um cargo no gabinete da liderança do governo na CLDF, está nos Estados Unidos, em férias. Segundo o deputado Robério Negreiros, a permanência da esposa do ex-ministro será decidida quando ela retornar, no dia 23/1

Pablo Giovanni*
postado em 16/01/2023 21:18 / atualizado em 17/01/2023 08:56
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A.Press)

A esposa do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres — preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — terá seu futuro decidido na próxima semana, quando ela retorna de férias nos Estados Unidos (EUA). Flávia Michele Sampaio Torres exerce um cargo especial no gabinete da liderança do governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), conforme apurado neste domingo (15/1) pela jornalista Samanta Sallum.

Flávia foi contratada para o cargo em fevereiro de 2021, quando o líder do governo era o deputado Hermeto (MDB). Ela viajou para os Estados Unidos junto com o marido — pivô da invasão de extremistas na Praça dos Três Poderes — em 6 de janeiro. Enquanto Torres retornou à capital federal para cumprimento de uma decisão judicial, Flávia permaneceu em solo norte-americano.

Ao Correio, o deputado Robério Negreiros (PSD) afirmou que assumiu a liderança do governo apenas no início deste ano, após ser indicado pelo governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), e que vai esperar o retorno de Flávia, que está de férias, para avaliar a situação da esposa do ex-ministro. “Vou aguardar o término das férias regulares dela para avaliar eventual permanência de servidores atuais que servem a liderança”, disse.

De acordo com a tabela salarial da CLDF, a esposa de Anderson Torres tem remuneração de R$ 10.779,27 mensal. Ela deve retornar aos trabalhos na CLDF apenas em 23 de janeiro.

Torres permanece preso

Anderson Torres permanece preso no 4° Batalhão da Polícia Militar, no Guará II. Ele foi preso ao desembarcar no Aeroporto de Brasília, no sábado (14/1) de manhã por policiais federais. Ele foi exonerado nos atos terroristas de 8 de janeiro. Quando soube que seria demitido, Torres desligou o telefone na cara do governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB). O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) não recebeu muito bem a notícia.

Ele estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos (EUA), ao lado da família. As férias do ex-secretário estavam marcadas para ter início em 9 de janeiro, mas Torres viajou antes. A defesa de Ibaneis argumentou, em documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que o Correio teve acesso, uma reportagem em que o interventor da segurança púiblica do DF, Ricardo Cappelli, afirma que os atos de domingo só foram possíveis porque houve uma “operação de sabotagem” do esquema de segurança do DF. O documento não faz menção direta ao ex-secretário, mas Cappelli em suas declarações cita participação de Anderson Torres.

Pessoas próximas ao emebedista dizem que, além do Torres, o ex-secretário executivo Fernando Souza Oliveira são os grandes responsáveis pelo afastamento de Ibaneis por 90 dias. Em troca de mensagens com Oliveira, o braço direito do ex-ministro de Bolsonaro cita em áudio, às 13h23, que a manifestação está totalmente pacífica na Esplanada dos Ministérios. Quando tomou a real situação, Ibaneis mandou duas mensagens ao secretário-executivo: “Coloca tudo na rua” e “tira esses vagabundos do congresso e prenda o máximo possível”. Oliveira foi exonerado na terça-feira (10/1) por Cappelli.

*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti

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