INVESTIGAÇÃO

Chacina no DF: assassinos dividiriam R$ 2 mi entre si com a venda da chácara

Segundo o investigador, além da venda do lote, os envolvidos Gideon Batista de Menezes, 55 anos, Horácio Carlos, 49, e Fabrício Silva Canhedo, 34,e Carlemom dos Santos, 26, tinham a intenção de eliminar todos os herdeiros da família

Darcianne Diogo
postado em 27/01/2023 10:49 / atualizado em 27/01/2023 17:27
 (crédito: Marcelo Ferreira/ CB/ D.A.Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/ CB/ D.A.Press)

Os criminosos envolvidos na maior chacina do Distrito Federal pretendiam ficar com o valor de R$ 2 milhões referente à venda da chácara de Marcos Antônio Lopes, 54 anos, encontrado morto. Em coletiva de imprensa promovida na manhã desta sexta-feira (27/1), o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Ricardo Viana, afirmou que a motivação para o crime partiu de questões financeiras.

Segundo o investigador, além da venda do lote, os envolvidos Gideon Batista de Menezes, 55 anos, Horácio Carlos, 49, e Fabrício Silva Canhedo, 34,e Carlemom dos Santos, 26, tinham a intenção de eliminar toda a ordem de herdeiros da família, informação que foi adiantada pelo Correio em primeira mão.

A ação criminosa começou a ser planejada pelos assassinos há, pelo menos, três meses, mesmo período em que Horácio alugou uma casa no Vale do Sol, que, supostamente, serviria como cativeiro. Segundo o delegado, o núcleo criminoso era formado por Gideon, Horácio, Fabrício e Carlomam, que pretendiam, desde o começo do plano, executar todos os 10 membros da família: a cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e os filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6; o marido dela, Thiago Belchior, 30; os sogros de Elizamar, Renata Juliene Belchior, 52, e Marcos Antônio Lopes, 54; a filha de Renata, Gabriela Belchior, 25; a ex-mulher de Marcos, Cláudia Regina, 55, e a jovem Ana Beatriz, 19.

Gideon e Horácio Carlos — também presos — moravam no mesmo lote em que residiam Marcos, a mulher dele, Renata Belchior, e a filha do casal, Gabriela Belchior. A chácara, localizada em um condomínio do Itapoã, é avaliada em R$ 2 milhões e seria vendida por Marcos. A negociação do imóvel foi feita sem o conhecimento e aprovação dos dois suspeitos, que posteriormente descobriram o plano e se incomodaram.

Execução

A intenção era de que a quantia milionária fosse dividida entre os membros do núcleo criminoso. O primeiro passo da ação era simular um assalto na chácara. Em 28 de dezembro, o grupo tramou um roubo na chácara, no intuito de render Marcos, Renata e Gabriela.

Carlomam fez o papel de assaltante e, com arma de fogo em mãos, invadiu a chácara. Enquanto isso, Horácio e Gideon estavam na residência e se fizeram de vítimas. "A ideia era levar todos os familiares ao cativeiro, incluindo os dois autores. O Carlomam e o adolescente colocaram todos no chão e houve uma reação do Marcos. Nesse momento, Carlomam efetuou um disparo de arma na nuca de Marcos", explicou o delegado. Renata, Gabriela e Marcos foram vendados, amordaçados, amarrados e levados ao cativeiro. Ainda ferido, Marcos foi esquartejado na cozinha da residência e enterrado no quintal. A Polícia aguarda conclusão do laudo para saber se Marcos ainda estava vivo quando foi esquartejado. 

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