Jornal Correio Braziliense

Decisão

MPF pede aos órgãos de segurança do DF esclarecimentos sobre ataques

Órgão quer saber se houve omissão das instituições diante das manifestações antidemocráticas ocorridas no domingo (8/1) na Esplanada dos Ministérios

Nesta terça-feira (10/1), o Ministério Público Federal (MPF) determinou o encaminhamento de documentos ao comandante Militar do Planalto, ao secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ao superintendente regional da Polícia Federal no DF e ao comandante-geral da Polícia Militar do DF.

A documentação pede um pedido de explicação sobre os ataques golpistas que ocorreram no último domingo (8/1) e também questiona a suposta omissão da atuação dos órgãos.

Em nota, o MPF diz que em 19 de dezembro de 2022, após os atos de vandalismo ocorridos na frente do prédio da Polícia Federal, o órgão expediu uma recomendação para que o Comando Militar do Planalto, a Polícia Militar, a Secretária de Segurança Pública do DF e a Polícia Federal atuassem em conjunto, para prevenir e combater atos criminosos que ocorriam no Quartel General (QG) do Exército e em outras áreas da capital.

''Apesar de os órgãos haverem afirmado ao MPF, em resposta à recomendação, que já estavam atuando em conjunto e adotando todas as medidas cabíveis para combater atos criminosos, o que se verificou foi que essa integração falhou, tendo em vista as manifestações violentas de 8 de janeiro'', diz a nota. 

O Comando Militar foi questionado sobre o motivo de não ter realizado a desmobilização do acampamento do QG do Exército após o evento da posse presidencial, que ocorreu no dia 1º de janeiro.

À Polícia Federal, o MPF indaga se o órgão tem informação de inteligência apontando a convocação do movimento de domingo (11/1), na Praça dos Três Poderes, e se, em decorrência disso, adotou alguma providência preventiva em conjunto com os demais órgãos de segurança pública do DF.

O MPF quer saber também se a PF comunicou ao CMP e à PMDF sobre a necessidade de desmobilização dos acampamentos, já que, em resposta à recomendação feita pelo MPF em dezembro, a SRDPF apontou que a medida era de urgência para a garantia da ordem pública.

A PMDF e a Secretaria de Segurança Pública deverão esclarecer uma série de informações como: protocolos de segurança e ações operacionais adotadas; se houve reforço no policiamento ostensivo nos pontos de possível tensão; número do efetivo policial posto à disposição do policiamento e como se deu e por qual motivo foi permitida e assegurada a descida de milhares de manifestantes pela Esplanada dos Ministérios em direção à Praça dos Três poderes.

O que aconteceu em 8 de janeiro?

No domingo (8/1), por volta de 14h, os golpistas deixaram o acampamento no QG do Exército e iniciaram uma caminhada de 8 km em direção ao Congresso, escoltados pela Polícia Militar.

Ao chegar à Esplanada dos Ministérios, onde está o Congresso, a PM mantinha poucos homens. A barreira policial foi facilmente ultrapassada pelos terroristas, que subiram a rampa do Congresso. Os poucos PMs tentaram conter multidão com spray de pimenta e tiveram que recuar. A Polícia Legislativa também não conseguiu evitar a invasão.

Dentro do Congresso, salões da Câmara e do Senado foram depredados. O plenário do Senado foi invadido e vandalizado. Na sequência, STF e Palácio do Planalto também foram invadidos.

No STF, os terroristas destruíram todo o plenário no qual os ministros fazem os julgamentos. A porta de um armário do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada. Retiraram poltronas, molharam e rasgaram documentos. Além disso, todos os vidros da fachada do prédio foram quebrados. 

No Planalto, gabinetes foram invadidos e vandalizados, incluindo o da primeira-dama, Janja da Silva. Móveis, TVs, computadores e itens de decoração foram quebrados. Vândalos destruíram a galeria de fotos dos ex-presidentes. Armas e munições de seguranças da presidência foram roubadas.

 

 

Newsletter


Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.

Cobertura do Correio Braziliense


Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!