Atos antidemocráticos

Justiça amplia acusação contra bolsonarista que planejou atentado

Justiça decidiu aceitar pedido do MP.DFT. Agora, George Washigton pode receber uma pena mais pesada pela tentativa de explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal

Pablo Giovanni
postado em 07/02/2023 17:33 / atualizado em 07/02/2023 18:10
 (crédito:  PCDF/Divulgação)
(crédito: PCDF/Divulgação)

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) aceitou o pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e decidiu adicionar mais elementos à denúncia contra o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54, acusado de ter montado um artefato para explodir um caminhão-tanque nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do último Natal.

De acordo com o MP, o aditamento da denúncia inclui a posse de mais cinco artefatos explosivos que estavam escondidos na caminhonete de George. No apartamento alugado pelo bolsonarista, no Sudoeste, havia um arsenal com duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas e mais de mil munições. Os artefatos foram trazidos pelo acusado no veículo dele, do Pará para a capital federal.

Dono de uma rede de postos de gasolina no estado onde reside, George Washington decidiu, ao término do segundo turno das eleições, deixar a mulher e os filhos na cidade de Xinguara, no Pará, para vir a Brasília integrar o grupo que protestava em frente ao Quartel-General do Exército contra a vitória nas urnas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Depoimento

Em depoimento à PCDF, George Washington admitiu que pretendia distribuir as armas e as munições para apoiadores de Bolsonaro acampados em frente ao QG do Exército. Ele afirmou que o plano para a explosão nos arredores do aeroporto de Brasília foi arquitetado nesse acampamento e que a ideia inicial era explodir o artefato na subestação de energia de Taguatinga.

O detido relatou duas versões para colocar em prática o plano terrorista. Uma de explodir a bomba em um caminhão-tanque, com querosene de aviação, próximo ao estacionamento do aeroporto de Brasília — onde o artefato foi encontrado —; e a outra de explodir a bomba na estrutura da subestação de energia elétrica de Taguatinga, para "gerar caos que levaria à decretação de estado de sítio".

A bomba seria explodida por meio de um dispositivo remoto. "No dia 22/12/2022, vários manifestantes do acampamento conversaram comigo e sugeriram que explodíssemos uma bomba no estacionamento do aeroporto de Brasília durante a madrugada e, em seguida, fizéssemos denúncia anônima sobre a presença de outras duas bombas no interior da área de embarque", relatou no depoimento.

Também segundo ele, "no dia seguinte, (23/12/2022) uma mulher desconhecida sugeriu aos manifestantes do QG que fosse instalada uma bomba na subestação de energia em Taguatinga para provocar a falta de eletricidade e dar início ao caos que levaria à decretação do estado de sítio".

Segundo o suspeito, a envolvida teria desistido de levar a bomba, mas outro homem, com o nome de Alan, se comprometeu a transportar o explosivo à estação em Taguatinga. Esse bolsonarista, porém, teria mudado de ideia e retomado o plano de levar perto do aeroporto.

O empresário contou que a ideia ocorreu no dia da diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, bolsonaristas fizeram violentos ataques no centro de Brasília.

"No dia 12/12/2022, houve o protesto contra a prisão do índio, onde eu conversei com os PMs e os bombeiros responsáveis por conter os manifestantes, que me disseram que não iriam coibir a destruição e o vandalismo, desde que os envolvidos não agredissem os policiais", detalhou. "Ali ficou claro para mim que a PM e o bombeiro estavam ao lado do presidente (Bolsonaro) e que em breve seria decretada a intervenção das Forças Armadas."

Ainda de acordo com ele, "ultrapassado quase um mês, nada aconteceu". "Então, resolvi elaborar um plano com os manifestantes do QG do Exército para provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio para impedir instauração do comunismo no Brasil", admitiu.

George Washington, Alan Diego dos Santos — já preso — e o blogueiro Wellington de Oliveira Sousa são réus na Justiça do DF.

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