CRIME

Pai de brasiliense morto na Holanda espera que a justiça se cumpra

"Quem fez isso precisa pagar", contou Edison Lopes, que mora no Distrito Federal, em entrevista ao Correio. Alan, de 21 anos, foi assassinado em fevereiro, em Amsterdã. Caso envolve suposto canibalismo. Suspeito foi detido com pedaços de carne humana

Mariana Saraiva
postado em 15/03/2023 19:14 / atualizado em 15/03/2023 19:14
 (crédito: Reproduções/Redes Sociais )
(crédito: Reproduções/Redes Sociais )

O pai do brasiliense Alan Lopes — de 21 anos, assassinado no dia 26 de fevereiro em Amsterdã, na Holanda —, Edison Lopes, mora no Distrito Federal e, em entrevista ao Correio, relembrou os momentos ao lado do único filho homem, e como tem lidado com a perda trágica e inesperada.

Edison contou que a última vez que viu Alan foi antes da pandemia. “Ele veio para Brasília e daqui nós viajamos juntos para Bahia e ficamos uma semana lá na roça com familiares.” recordou. Emocionado, o pai reviveu, com palavras, o dia do nascimento do filho. "Eu lembro como se fosse hoje, lá no hospital de Ceilândia. Eu estava do lado na hora e foi muito bonito a chegada dele, diferente de como foi a partida”, detalhou.

Alan foi morto pelo também brasileiro Begoleã Fernandes,26, que confessou o crime e alegou ter cometido o crime em legítima defesa, depois de ter sido convidado a comer carne humana na casa da vítima. O brasiliense se mudou para a Holanda aos 14 anos, com a mãe e duas irmãs, em busca de melhores condições de vida. O rapaz nasceu em Ceilândia e residiu na cidade até os 9 anos. Depois, mudou-se para Valparaíso de Goiás, onde morou até se mudar para a Europa.

 

O pai relatou que apoio quando Alan foi morar na Europa, por acreditar que o filho teria qualidade de vida e oportunidades. “Eu achei muito bom ele ir para lá, e que ia dar tudo certo, e estava dando, até chegar esse momento triste”, contou. Na memória do pai, o garoto ficará marcado como uma pessoa animada, bondosa e que gostava de ajudar a todos.

Edison acredita na força divina para conseguir se acostumar com a dor de nunca mais ver Alan. Mas, também espera que a justiça seja feita. “Quem fez isso precisa pagar. Isso não se faz nem com quem se bate na casa, muito menos com quem usa o coração para ajudar, que foi o caso do meu filho”, disse.

Ajuda fatal

Alan convivia com Begoleã há cerca de três anos. A vítima ajudou o rapaz, que estava em condição de rua, cedendo abrigo por diversas vezes, sem imaginar que estava oferecendo abrigo para a pessoa que tiraria sua vida. “Tudo que ele fazia era para ajudar os outros, sempre ajudava a família e até amigos daqui”, contou Edison. Segundo pessoas próximas, Alan sempre emprestava dinheiro ao colega e, antes de ser morto, estava ajudando o rapaz a conseguir um emprego.

 

  • Alan com seu pai, Edison Lopes Arquivo Pessoal
  • Alan com seu pai, Edison Lopes Arquivo Pessoal
  • Alan com seu pai, Edison Lopes Arquivo Pessoal

 

Relembre o caso

O brasileiro Begoleã Fernandes, 26, foi preso no Aeroporto Internacional de Lisboa com roupas sujas de sangue e suspeita de cometer canibalismo. Ele estava embarcando em um voo com destino a Belo Horizonte, quando foi parado pelo Serviço de Fronteiras e Estrangeiros (SEF) na noite do dia 27 de janeiro.

Inicialmente, ele foi detido por fraude nos documentos de identificação, o rapaz portava documentos de certidão com nacionalidade italiana. Ao verificarem, as autoridades constataram que o homem estava com um mandado de prisão em aberto em Amsterdã, por suspeita de assassinar outro brasileiro.

No momento da abordagem, Begoleã teria falado sobre canibalismo e um saco plástico com carne foi encontrado dentro da mochila que ele carregava. O material foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal, equivalente ao Instituto Médico Legal do Brasil para ser avaliado.

Begoleã está em prisão preventiva na capital portuguesa, enquanto aguarda a extradição para a Holanda.

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