OPERAÇÃO

PCDF prende mais dois brasileiros do golpe do Lobo de Wall Street

Os policiais, com a ajuda da Interpol, realizaram a segunda fase da Operação Difusão Vermelha, iniciada em março. Na primeira etapa, cinco pessoas foram presas em Portugal e na Alemanha

Vicente Nunes - Correspondente
postado em 02/06/2023 08:00
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Lisboa — Agentes da 9ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal prenderam na manhã desta sexta-feira (2/6), em Lisboa, com apoio da Interpol, mais dois integrantes da quadrilha que dava golpes contra investidores brasileiros, boa parte deles residentes em Brasília. A Operação Difusão Vermelha, comandada pelo delegado Erick Sallum, que está na sua segunda fase, também bloqueou contas bancárias e criptoativos dos golpistas. Foi determinado, ainda, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a adoção de mecanismos tecnológicos que impeçam os sites usados pelos criminosos de serem acessados no Brasil. Os dois detidos são brasileiros, que seguiam a linha do personagem de Leonardo DiCaprio no filme “O Lobo de Wall Street”.

Na primeira fase da operação, realizada em março, foram cumpridos cinco mandados de prisão em Lisboa, Alemanha e República Tcheca. Segundo o delegado, o grupo criminoso, sediado em Portugal, oferecia ganhos fáceis aos investidores por meio de falsos investimentos em Forex (moedas estrangeiras) e Day Trade, compra e venda de ações no mesmo dia. Apesar de estarem na capital portuguesa, os golpistas criavam números falsos do Brasil para dar a impressão de que estavam em território nacional. Por isso, a maior parte dos criminosos era de brasileiros. Apenas uma das centrais tinha mais de 150 funcionários.

Sallum afirmou que, depois das primeiras prisões, os investigadores descobriram que os golpistas tentaram se reorganizar, efetivando a substituição dos líderes presos e dando reinício às atividades. Também foi descoberta a identidade do principal golpista, que, efetivamente, havia acarretado os maiores prejuízos a vítimas brasileiras, uma delas perdendo R$ 1,5 milhão, e um casal residente no DF arcando com prejuízos de aproximadamente R$ 630 mil. Foi, por sinal, o registro de ocorrência desse casal na 9ª DP que deu início à toda a investigação. O criminoso ligava para as vítimas no Brasil se apresentando como um analista de investimento chamado Rafael Fonseca.

Com o avanço da investigação, identificou-se o verdadeiro nome dele, que estaria lavando dinheiro por meio de uma banda de samba e um restaurante em Portugal. O outro brasileiro também preso nesta sexta-feira (02/06), era um dos gerentes do esquema ligado diretamente ao tcheco detido na primeira fase. “Com este novo desdobramento, a PCDF desarticula, de maneira irreversível, o grupo criminoso internacional”, diz o delegado. Para ele, os novos bloqueios financeiros devem localizar mais bens para diminuir o prejuízo das centenas de vítimas.

“O inédito trabalho desenvolvido nas duas operações internacionais é fruto de verdadeiro heroísmo e absoluta dedicação dos policiais civis envolvidos. Em que pese tenha sido uma investigação da PCDF, seu resultado reverberou em todo território nacional, impedindo novos ataques ao Brasil. Esse empenho demanda o devido reconhecimento da categoria policial civil”, ressalta Sallum.

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