Lisboa — Os crimes cometidos pelos golpistas presos nesta terça-feira (7/3) — quatro em Lisboa e um na Alemanha, outro continua foragido — pela 9ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, em parceira com a Interpol, podem resultar em penas que ultrapassam 50 anos de detenção. Eles foram indiciados em diversas imputações de fraude eletrônica, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo o delegado Erick Sallum, da Polícia Civil do DF e responsável pelas investigações, todas as contas bancárias dos golpistas no Brasil foram bloqueadas e as operações internacionais com criptomoedas, congeladas. As perdas impostas aos lesados passam de R$ 16 milhões. “A PCDF deflagrou a presente operação como uma resposta às dezenas de vítimas que choraram ao prestar declarações, desacreditadas de que algo seria feito e, por isso, pensavam em terminar suas próprias vidas. Nós prometemos às vítimas uma resposta e, agora, entregamos. As vidas que acabaram foram as dos criminosos”, enfatizou.
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O delegado lembrou que a Operação Difusão Vermelha desarticulou o braço da organização criminosa em Portugal, mas descobriu-se que o mesmo grupo tem escritórios em Praga, Tel Aviv, Dubai, Londres e Madri para executar o mesmo esquema. “Esses outros escritórios atuam em outros países, fazendo vítimas no México, na Argentina, no Uruguai e no Chile. Solicitamos o compartilhamento das provas do inquérito policial ao Poder Judiciário para que possamos irradiar, via Interpol, as informações obtidas de forma que tais países tomem ciência e adotem em seus territórios as medidas repressivas necessárias”, disse.
Ele ressaltou, ainda, que todos os sites usados para os golpes no Brasil estavam hospedados em provedores internacionais, que não atendem aos pedidos das autoridades brasileiras. Assim, foi autorizado judicialmente o “take down”, ou seja, a derrubada em nacional. “Nesse momento, qualquer pessoa que tente acessar aos sites maliciosos será redirecionada para uma página da PCDF que contém um alerta sobre o golpe”, explicou Sallum.
“Não há mais como se permitir que empresas internacionais de hospedagem de websites funcionem no Brasil e se neguem a cumprir a lei e jurisprudência nacional. Ainda que não tenham sede no Brasil, é o cabeamento e a infraestrutura brasileira que permite o acesso aos seus serviços”, desabafou o delegado. “O pagamento desses serviços sai do Brasil para economias estrangeiras. Nessa perspectiva, para atuar no Brasil, deveriam se adequar à legislação brasileira e responder as requisições da autoridade policial”, acrescentou.
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